Declaro abertamente o meu amor
aos desvalidos, os esquecidos, aos párias sem pátria, aos catadores de lixo, do nicho desta débil sociedade...
Declaro abertamente o meu amor
aos famintos das ruas, das favelas e curtiços,
dos que se clareiam em velas, nas noites frias da cidade...
Declaro abertamente o meu amor
aos despossuidos e desnutridos, aos esqueléticos meninos, que vagueiam ao nada, que não perderam, pois nunca tiveram, a própria identidade...
Declaro abertamente o meu amor
as meninas perdidas, as prostitutas destemidas,
que celebram a noite, e temem a luz, que nunca reluz, em suas mocidade...
Declaro abertamente o meu amor
aos viajantes, os imigrantes errantes e sem destino, que enfrentam desafios com seus rebentos,
e nunca souberam o que é, dignidade...
Declaro apaixonadamente o meu amor
aos que remam contra a maré, aos que não se "apequenam" frente ao sistema, aos que lutam cotidianamente, por uma vida mais bela, um mundo mais justo, onde a vida possa ser vivida,
de verdade....
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