MÁGOAS
Engoli o dia com gosto de sal
Em pedaços de horas em espiral,
Redemoinho de emoções sem igual,
Na espera que é mais que tormenta:
É vendaval na minha alma sedenta
Me fiz ribanceira na expectativa sem par
Da tarde traiçoeira, sem eira nem beira,
Inflando sonhos salpicados de cor e sabor,
Na cabeceira da noite que me desfiz em dor
Segui insone a madrugada incolor
Entre papéis manchados de mágoas e trevas,
Com a sombra do passado a me açoitar sem trégua
Na lembrança que escureceu meus anos de espera,
Amanheci sentada sobre meu próprio assombro
A contemplar sem rancor, os escombros,
Que restaram dos meus frágeis sonhos,
Como rombos da alma a me pesar nos ombros.
MORGANA
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