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Contos-->Amor Virtual.... por Ele.... -- 30/08/2000 - 02:02 (M P Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Realmente era um mundo novo. Tanta coisa a se ver. Tanto a aprender. Ele pensava que talvez pudesse encontrar algo que mudasse sua vida, que o fizesse de novo voltar a trabalhar no que gostava. Que trouxesse de novo a abastança e o conforto perdido. Talvez algo mais, mas no momento ele não sabia direito o que seria.
Era um eterno vagar nos aparentes infinitos caminhos da Grande Rede. Um belo dia resolveu entrar num chat. Só para ver como era. O que rolava por lá.
No começo foi difícil. Sempre é difícil. Mas de repente ele começou a fazer amizades. Começou a se interessar pela solidão dos outros e encontrou a sua própria. Alguns poucos amigos, muitas amigas... o normal... como sempre é...
Um dia uma amiga lhe diz: “Olhe não sei se poderei ficar mais por aqui. O pessoal da empresa está pegando no pé e impedindo o acesso a diversos chats. Mas nesse aqui parece que não há problema...”. Ele primeiramente achou aquilo estranho e nunca tentou entrar no outro site que a amiga havia indicado. Com o tempo ela foi sumindo e pluft, sumiu... Um belo dia chegou um email da amiga que estava sumida há algum tempo: “Como é ? Não vai vir aqui onde te falei. A escola fechou os acessos aos chats e só restou esse. Vem ou não ?”. Apesar de ainda ter reservas a deixar sua “área” ele resolveu ir ver o tal do lugar. Bonito e diferente. Realmente interessante. Podia-se mandar gifs animados, musicas e fotos. Bem diferente do outro. E mais animado também. As pessoas eram mais constantes. Estavam mais lá. Quase sempre nos mesmos horários. Bom para a gente fazer amizades...
Ele até chegou a encontrar a amiga lá. Mas com o tempo desapareceu dali também. Ele foi ficando. O pessoal era mais fechado do que ele pensava. O começo lá foi muito mais difícil do que em qualquer dos outros lugares. Mas a dificuldade era apenas um incentivo. Aos poucos ele foi se ambientando. Conhecendo os usos e costumes daquela tribo. Fazendo amizades e conquistando alguns corações. Num dado dia, na hora do almoço, como sempre ele estava por lá. Ia conversar com uma pessoa especial. Mas de repente alguém entrou e chamou sua atenção imediatamente. Mesmo antes de dizer alguma coisa aquele nick havia captado toda a sua atenção. Por que seria? Mistério. “Boa tarde. Tudo bem ?”, até chegar a isso ele a estudou com calma. Cada movimento. Cada frase. O modo de ser. O que será que o atraia tanto para aquele punhado de letrinhas ? Poucas frases e a certeza se desenhava em seus pensamentos. Fuja. Ela é perigosa. Ela é diferente. Você nunca ficou tão envolvido por ninguém. Mas nada o faria se afastar demais dela. Nada mesmo. Ele sabia disso. Desde aqueles primeiros momentos.
O tempo passava e os contatos com ela passaram a ser mais freqüentes. Eles se viam diariamente quase. As vezes ela sumia. As vezes ela trazia amigos para lá. Ele ficava doido de ciúmes. Mas jamais dava o braço a torcer. Uma vez ela trouxe um amigo novo e o apresentou a ele. Ele ficou louco. Mas jogou tudo o que sabia de sedução sobre ela. E ele havia aprendido um bocado sobre sedução. Num dado momento, após uma troca de frases de “n” sentidos, o amigo dela disse uma coisa que o deixou certo de que estava no coração dela. O amigo se virou e disse: “Tudo bem então... Podemos parar por aqui ou somos todos adúlteros ?”. Uma frase aparentemente idiota mas que trazia em seu bojo a confissão de que o amigo se sentia na defensiva e reconhecia que ela poderia gostar dos dois. Ah, que festa dos sentidos. A alegria de saber-se querido por ela e ter isso reconhecido até pelo rival. O coração cantava. E a razão dizia: Isso não vai acabar bem...Mal sabia ele que não iria acabar, nada disso, mas continuar, crescer, vacilar, aumentar muito e ser a coisa mais importante de sua vida.
Mais ou menos nessa época, ele já era um dos pólos de atenção do chat. Por diversos motivos ele era considerado uma das pessoas mais agradáveis de lá. Ele sabia disso. E toda essa atenção o deixava eufórico. Nunca havia tido tanta atenção, principalmente por parte das mulheres. Ele se espalhava mesmo. Conversando com diversas pessoas. Algumas bem intimamente. Quando ela apareceu, ele tinha três “namoradas virtuais”. Ele nunca havia se preocupado muito com isso. Era “virtual”. Nada real, mesmo. A primeira, Jade, o havia seduzido pela inteligência. Pela conversa agradável. Pelo charme. Pela novidade. A segunda, Pérola, era a juventude. A fome intensa de viver, apesar da vida sofrida e do marido jovem e tolo, que a fazia sofrer mais do que sorrir. Como não se envolver com alguém de 25 anos que apesar de todos os esforços dele, teimava em ir atrás de um relacionamento que ele tentava faze-la ver que não frutificaria. Fazer o que? E depois ... fazia um bem danado para a auto-estima. A terceira, Safira, era a determinação em pessoa. Safira estava envolvida com um outro rapaz do chat. Ela sempre dizia que apesar de tudo no fim ela apostava mais nela. Cada uma dessas três o atraia de uma forma e por motivos diferentes.
Mas todas elas moravam bem longe dele. Cada uma num estado diferente. Ele nunca havia deixado ninguém que morasse a menos de 400 km chegar muito perto. Era um instinto de auto-defesa. Um medo indefinível. Ele sabia da fragilidade de sua própria situação e por isso evitava poder estar perto demais de alguém que pudesse virar seu mundo de cabeça para baixo. Mas ele já começava a dar os primeiros sinais de querer chegar mais perto delas. Trazer mais realidade para o virtual. Fatal. Normal.
Nesse momento ela chega. Também de outro estado, mas mesmo que ela fosse a vizinha do lado ele não ficaria longe dela. Ela passava uma imagem totalmente diferente para ele. Ela sempre, desde o primeiro momento, era vista como alguém que ele poderia amar de verdade. Nada de virtual. Real, louca e perdidamente. O gosto pela música, que nenhuma das outras havia partilhado com ele, dava a ela um status diferente. Era alguém de sentimento afim. Alguém sensível. Alguém com quem chorar, rir, amar. Era alguém perigosa demais para seu mundinho. Mas ele estava disposto a correr alguns riscos. Ela valia a pena, e ele ainda nem desconfiava quanto ela valia de verdade, nem desconfiava que havia encontrado a mulher de sua vida.
Jade, pouco antes da aparição da mulher que iria mudar tudo na vida dele, percebeu que havia algo de errado com ele. Eles tinham isso em comum. Se adivinhavam em algumas situações. Vibravam em Sol, a quinta nota musical. Eles eram tão amigos que ele sempre dizia o que acontecia a sua volta, a mantinha informada. Como toda mulher, a primeira ouvia. E mesmo que não gostasse, brincava. Ela tinha diversos outros. Ele sabia. Mas não se importava. Quando estavam juntos, ficavam juntos. Isso bastava. O carinho era imenso e continua sendo até hoje, apesar de que ele nunca mais a viu. Jade sempre dizia: “Querido, você precisa se soltar mais. Ter uma aventura. Isso vai te fazer bem...” E ao mesmo tempo em que dizia isso se punha a distância... brilhante lição. Efeito devastador. Era e é uma mestra em seduzir. Ele a adorava pelas lições mas o sentimento maior era uma amizade intensa, uma identificação grande, um vontade louca de conhecer pessoalmente para poder estar junto como só dois amigos podem estar, como só dois amigos podem falar e sentir tudo um no outro. Ele sente falta dela. Não como uma mulher de sua vida mas como a maior amiga que jamais teve e que jamais conheceu pessoalmente. Jade , saudades.
Ele resolveu que talvez precisasse mesmo disso, mas ainda tinha medo. Ele sempre havia sido fiel a esposa, apesar de tudo o que tinha acontecido em sua vida. Mas... Havia uma possibilidade sim. Por uma dessas coincidências do destino Jade se ausentou por uma temporada. Nesse momento Safira começou a se insinuar para ele e foi se aproximando mais e mais. Ele pensava no conselho de Jade e viu uma real possibilidade de ter sua aventura. Algo rápido e seguro. Apenas para se ... soltar mais.
Apesar de tudo ele resolveu correr os riscos. Aliás Jade tinha mandado um texto animado em Power Point exatamente sobre isso... correr riscos. Ele começou a envolver Safira e a trazê-la para perto. Quando ela chegou a vida dele ele já estava planejando juntamente com Safira a vinda dela a cidade em que ele morava. Planos e mais planos. Coisas a fazer. Lugares que poderiam ir... mas isso ainda era futuro.
Safira tecia sua teia com habilidade. Ele se deixava enredar e também tecia a sua. Devagar. De maneira hesitante. Sem saber direito no que iria dar. Mas tendo uma boa idéia das implicações. Safira agora ficava direto conversando com o novo objetivo de conquista, ele. Isso era bom. Muito bom até. Ele gostava muito de ser disputado. Safira sabia de Jade também. Ela havia começado uma campanha de sedução notável. Ela vinha sem pedidos nem exigências. Apenas ficava por lá. Mais um nick... porém... muito, muito presente. A mulher sempre sabe como enfeitiçar um homem. E essa agia com determinação e esperteza. As vezes passando por ingênua, as vezes por devassa. Sabia exatamente o que fazer para prender a atenção de alguém. Até temperar as relações com ciúmes... Era e é uma mestra em obter aquilo que quer. Sabe barganhar. Sabe jogar. Hoje, ele acredita que isso é sua maior falha. Safira exagera demais em algumas coisas. Liga demais para coisas que nunca sequer o deixaram curioso. É superficial em assuntos profundos e desce demais em coisas sem importância. Mas... naquela época não parecia assim. Ele a achava estimulante e pensava que a mulher seria um desafio interessante para sua tentativa de ... relaxar.
Eventualmente ele se via ao mesmo tempo no bate-papo com as três e ela também. Esses momentos eram loucos. Manter uma conversação coerente com quatro pessoas ao mesmo tempo, todas elas envolvidas com você é bem... bem... desafiador. E ele adorava desafios. Ainda bem que Pérola quase sempre saia no máximo as dezenove horas, Jade chegava por volta de dezenove e trinta, e Safira só aparecia lá pelas vinte horas. Ela chegava perto das vinte horas... as vezes um pouco mais... as vezes um pouco menos... as vezes ficava muito... as vezes saia rápido. Apesar das três, ele sempre respondia tudo o que ela perguntava, pedia ou insinuava. As vezes ela o botava em frias homéricas... As vezes ele se metia em frias maiores ainda... em alguns momentos inesquecíveis ele conseguia responder a pergunta de uma no “private” da outra ou pior, responder uma pergunta de seu próprio “private” no aberto... Nossa... as vezes as coisas ficavam realmente hilárias... mas ela sempre compreendia ... ela sempre brincava até onde dava e depois tentava consertar as coisas com e para ele. Ele a amava por isso, ele amava o censo de humor dela, ela sempre o levava ao limite de sua habilidade de negociador. E acreditem, negociar com três namoradas ao mesmo tempo é extremamente complicado, para não dizer mortal. Ela se insinuava como ninguém. As três namoradas percebiam isso e reagiam cada uma a sua maneira. Jade morria de rir e deixava claro que percebia, não gostava mas suportava e esperava que se acaso os papéis se invertessem ele fizesse a mesma coisa. Ameaça implícita. Funciona dependendo da percepção do outro. Ele percebia! Pérola dava uma descompostura em regra, depois enumerava uma série de substantivos coloridos na “perua” que estava cantando a ele, ameaçava uma ou duas coisas interessantes e extremamente doloridas para ambos, sugeria um escândalo no aberto, ficava doida de raiva e saia batendo as teclas com força ameaçando vir a cidade dele para conversar seriamente com sua esposa. Mas sempre deixava uma porta aberta a conciliação... as vezes ligava, as vezes pedia para ele ligar para a casa dela... fazia bico e deixava o bico visível nas frases... Repreensão de namorada. Funciona dependendo de quanto o outro gosta de você. Ele gostava muito dela! Safira espumava. Distilava o mais puro veneno. Se as frases tivessem cor, seriam vermelho... vermelho sangue... o sangue dele. Brigava sério. Fazia escândalo. Ligava chorando e gritava um monte de impropérios e ameaças. Eventualmente sumia alguns dias. Dava a maior canseira para se acalmar. Mas acabava se acalmando. Ameaça explícita. Funciona dependendo do medo que o outro tiver de te perder. Ele não tinha medo de quase nada.
O tempo passava. Safira acabou vindo a cidade dele. Eles se encontraram numa sexta a noite numa região chique da cidade. Foram três dias de entrega e loucura. Ele chegava pela manhã e saia 2 ou 3 da madrugada. Antigas sensações, necessidades e prazeres foram revividos e satisfeitos. Jade realmente tinha razão. Aquilo fez bem a ele. Essa experiência mudou alguma coisa no relacionamento de todos. Jade, aos poucos, foi se afastando. Talvez por saber que indiretamente tinha sido a causadora daquilo, talvez por pensar que ele não gostasse mais dela com a mesma intensidade, talvez por ter se enchido dele, talvez... talvez... ele não sabia direito e nem fazia muita questão de saber. Ele percebia o afastamento e apenas deixou que fosse aumentando. Ele ainda enviava eventuais emails. Alguns eram respondidos outros, não. Até que sumiu. Nunca mais ele viu o nick que gostava tanto e que o encantou e o modificou muito.
Pérola acabou sumindo também. A empresa dela proibiu a freqüência a chats e coisas do gênero. Ainda se falavam eventualmente. Ele soube que ficou grávida pela segunda vez. A influência do modo de pensar de um no outro foi grande. Pérola lhe mostrou que não há barreiras nem convenções que deixem duas pessoas que se gostem longe uma da outra. Não importa a diferença de idade, não importa a distância, não importa o modo de vida, não importa o estado civil, importa apenas se eles se gostam. Ele por sua vez a fez ver que a renúncia a felicidade por escolha própria era bobagem. Nada vale o sacrifício de se anular para satisfazer os caprichos de alguém apenas por convenção social, apenas para cumprir uma obrigação que nem sequer existe de verdade. Os dois aprenderam juntos. Ambos, a sua maneira, cresceram um pouco. Os dois tiveram bons momentos, mesmo sabendo das dificuldades. Ele ainda, as vezes, se pega comparando as pessoas com Pérola. Seu jeito de ser, sua juventude presente em cada ato, em cada ação, em cada frase. Sua voz. A voz mais bela que ele jamais ouviu. E olha que ele já ouviu um bocado de vozes. Pérola ainda ocupa um espaço grande no coração dele. Um espaço de ternura e bem querer. A vontade de abraçar e proteger, mostrar o mundo, a realidade e a magia... Ensinar. Falar sobre a vida. Pérola , carinho grande.
Safira, por uma de suas características, ao se encontrar com as pessoas do chat, inclusive com ela, comentou que o tinha encontrado pessoalmente. E vai saber mais o que. Queria colocar sua bandeira de posse nele. Afastar a concorrência. Mostrar quem mandava. Gozado, mas nessa época ele certamente foi mais assediado do que nunca. Vá se entender as pessoas. Um belo dia uma nova amiga de Curitiba acabou tendo uma desavença séria com Safira. Bate boca mesmo. No aberto. Para quem quisesse ver. Isso o chateou demais. Ele sabia do que Safira era capaz. Assim ele resolveu não mais falar com as amigas no aberto. Tentou evitar que Safira arruma-se mais encrenca de graça com as pessoas que ele gostava tanto. Um cuidado especial foi tomado com aquela que seria a mulher da vida dele. Ele a isolou. Parou de brincar sobre a beleza dela. Por mais que não gostasse disso ele tentou fugir ao perigo que sentia no relacionamento com ela, perigo de se envolver mais ainda que com Safira. Ele sabia que com ela nada seria por acaso. Nada seria só ... relaxar. E ele temia isso, sim. Temia ter encontrado nela alguém que o obrigasse a deixar sua situação até confortável e fizesse com que ele mudasse sua vida toda. Covardia pura. Medo das conseqüências. Seria mais simples ficar com Safira de vez em quando.
Mas, se engana quem pensa que a vida é simples! A vida até é, mas as pessoas são complicadas para danar. Depois de algum tempo. Depois de ter morrido de ciúmes diversas vezes por causa que ela flertava abertamente com outros. Num fim de semana, ele a encontrou. Lá estava ela. Os dois sozinhos no chat. Ele até pensou em sair. Mas... não havia como deixar de admitir, ele a amava destemperadamente. Ele jamais conseguiria ficar muito tempo longe da mulher de sua vida. Ele a cumprimentou e com o coração doido de incerteza voltou a falar com ela do jeito que sempre a tinha tratado. Buscava em cada frase, em cada ato carinhoso, dizer: “Me perdoa. Amo você. Volta para mim”. Ela percebeu a vontade dele e surpreendentemente, para ele, correspondeu. Ah, a alegria daquele dia. A certeza novamente confirmada que ambos eram feitos um para o outro. A paixão varria a ambos e fazia com que se entregassem totalmente um ao outro. Virtualmente. Sem culpas ou pudores eles se entregaram a suas paixões. Se deram e se tomaram em frases e mesmo atos amalucados. As palavras formando imagens e sensações sensuais, abrasadoras. Pela primeira vez em sua vida ele escrevia numa tela seus desejos mais loucos, sua vontade mais escondida. E ela participava e se entregava também. Ambos comungando das mesmas sensações, das mesmas necessidades. Se entregando e tomando. Amor virtual. Ele nunca pensou que pudesse ser tão bom, e foi.
Com o tempo o virtual não estava mais bastando. Eles precisavam se ver, se tocar, se ter. Ficaram imaginando como conseguir o que queriam e, como a vontade molda o Universo... Ia ser realizado na cidade dele um curso que ela poderia fazer. Assim, ela se inscreveu e foi fazer o curso. Por um desses acasos cósmicos diversos fatores fizeram com que ele não a pudesse ver na primeira noite que ela passou na cidade dele. Assim, na segunda noite dela, ele foi encontrá-la. No mesmo bairro e até na mesma rua em que ele havia encontrado Safira. Acasos e coincidências. Sinal dos deuses ou dos demônios, vai saber. Ao estacionar o carro ele começou a ficar nervoso. Será que tudo iria correr bem ? Ele foi a recepção e pediu para falar com ela. Ela atendeu meio sem jeito. Ela parecia estar passando pelas mesmas incertezas que ele. Agora era tarde. Ele iria vê-la nem que para isso tivesse que parar o mundo. E ele foi. Subiu no elevador e foi se ajeitando. Arrumando a camisa, acertando o cabelo. Desceu no andar dela e após se orientar se dirigiu ao quarto. Uma inquietação surda o acompanhava. Será ? Será que vai sair tudo certo ? Campainha. Coração batendo forte. Ela abre a porta. Meu Deus, ela é linda! Muito mais do que jamais imaginara. Ele nem consegue falar nada. Apenas se atira aos braços dela e a beija loucamente, ansiosamente, apaixonadamente. Ficam se beijando totalmente entregues um ao outro por varias eternidades, vários minutos. Ali naquele hall de quarto de hotel, com a porta aberta, sem mais nada a importar, apenas ela, ele e a paixão de uma vida. Por alguns instantes voltam a realidade e fecham a porta e entram. Depois disso, tudo é magia e sensação. Nada, mas nada mesmo na vida dele se comparou aquela noite. Tudo o que sempre imaginou que amar alguém significava se tornou realidade. Nada era proibido, nada era tabu, eram apenas ele e ela. A imagem que mais o marcou aconteceu num momento em que ambos estavam jantando, um interlúdio normal na entrega total que eles se permitiram, ela sentada na cadeira com um roupão curto de seda branca, provocantemente entreaberto, sorrindo e olhando para ele. Essa imagem o acompanhará aonde quer que ele vá. Pela eternidade afora. A mulher dos sonhos dele. Linda, perto, presente, alegre e dele. Finalmente ele encontrou o que procurava. Finalmente compreendeu o que era amar e ser amado. Finalmente encontrou sua outra metade. Apesar de tudo o que ainda iria acontecer. Apesar de que ela tem uma vida a viver longe dele. Ele sabe quem é a dona de seu coração e de sua vida.
Nada mais é igual depois dela. Por muitas e muitas vezes ele pensou e pensou no que havia acontecido e no que está acontecendo agora. Por muitas e muitas vezes ele teve dúvidas, incerteza, sobre o relacionamento deles dois. Ele até imagina que ela também deva ter esse tipo de dúvida. Vida, compromissos, comprometimentos e situações. Vontades e frustrações. Desejos e realidades. A única coisa que fica, no entanto, é uma verdade. Pelo menos para ele. Ela é a única mulher do Universo todo pela qual ele daria e faria qualquer coisa. Ela é a Senhora da vida dele. As vezes eles brigam. As vezes o ciúmes aparece. As vezes a saudades castiga. As vezes o céu se enche de nuvens escuras. Mas ela sempre manda um raiozinho de luz por entre as nuvens. Ela sempre o toma pela mão quando ele começa a se perder. Ela lhe faz carinhos e o afaga. Ela é mulher, amante, amiga e confessora. Ela é para ele, sem dúvida alguma, a jóia mais preciosa que jamais foi dado a um homem partilhar. Ele ama cada milésimo de segundo que esta com ela. Mesmo nos momentos difíceis, e eles até já tiveram alguns. Ela é sua razão de viver, seu ar, seu sangue, sua vida. Ela é a mulher que ele gostaria de estar junto eternidade afora e além. Ela, mulher de minha vida, te amo.
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