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Cartas-->Ódio -- 07/01/2003 - 11:41 (Raquel Lima) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Ao amanhecer meu coração sangra: mais um dia pensando em você. Mais um dia em nossa íntima sintonia distante; mais um dia tentando, em vão, ser tão feliz quanto a minha vizinha sorridente.
Isso nem me importa. O que me importa é que você não vai entrar por essa porta nem agora nem nunca e que a minha vida vai continuar a mesma coisa de sempre: controlada por um tempo que, descompassado, envolve-me em uma viciosa rotina sem fim.
O que me importa é que você nunca vai saber que todas as minhas cartas eram repletas de um amor incondicional, muito maior e melhor que eu; que nunca vai saber o quão infeliz eu ficava perante as suas decepções e o quão alegre me deixava pelo simples fato de estar feliz.
Bom, também me importa o fato de que você jamais saberá o quanto eu o admiro e o quanto aprendi com o que você simplesmente é, ou o quanto eu amo essa sua essência tão autêntica.
Já nem me importa mais o que você pensaria se eu lhe dissesse tudo isso. Se eu dissesse que, todas as vezes que te ajudei em meio aos seus lamentos, eu estava sendo egoísta. Pensando em mim, no meu amor nada egoísta, queria evitar que meu coração rachasse com a sua tristeza. Mas ele já nem é mais inteiro, metade dele já é sua há muito tempo.
Não me importa o fato de você nem saber que é a única pessoa que pode me fazer esquecer essa racionalidade que me poda. Nem me importa! Se o soubesse, eu ficaria vulnerável! Que bom que você nem sabe que me faz vulnerável.
Eu não me importo! Não importo porque o odeio. Odeio por me deixar frágil e, mais ainda, por você não saber disso.
Odeio o nó que deixa na minha cabeça! O nó que me estrangula a razão e a emoção; que me deixa cheia de um vazio recheado de um doce carinho puro e infantil.
Eu não me importo que você não saiba que houve por você um amor puro, independente da carne ou do sexo; que alguém teve a audácia de amá-lo incondicionalmente e de torcer para que você fosse feliz. Mas o odeio mais por não saber que essa pessoa sou eu e odeio-me mais ainda por não conseguir contar-lhe. Odeio-me por me fazer odiá-lo e, mais ainda, por mesmo assim, amá-lo.


Raquel Lima- 2002
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