Usina de Letras
Usina de Letras
11 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62282 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10451)

Cronicas (22540)

Discursos (3239)

Ensaios - (10386)

Erótico (13574)

Frases (50671)

Humor (20040)

Infantil (5457)

Infanto Juvenil (4780)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140818)

Redação (3309)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6208)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->Elegia de guerra -- 14/09/2003 - 23:52 (Rogério Penna) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
I





Perdoa-me Deus, porque tenho medo

Perdoa-me pelo descaso e pela insensibilidade, mas sobretudo

Perdoa-me porque tenho medo







Por favor, façam silêncio

Preciso ouvir os meus próprios pensamentos.

Não o pensamento que grita, como uma voz interna

Carregado dos meus preconceitos, das minhas vaidades e das minhas opiniões

E não aquele que, por trás desta voz, opina sem frases, livre das cordas do mundo, mas cercado pelas teias da própria obrigação consigo mesmo.

Preciso de espaço.

Por favor, façam silêncio.

Quero ouvir o sussurro distante do meu coração

Sem frases

Sem palavras

Sem nada

Onde há apenas um pequeno ponto de luz

De onde surgem todas as coisas que vem de dentro para fora

Longe do alcance das coisas que vem de fora para dentro

Onde sou apenas criatura

Onde sou apenas uma pequena parte

Onde sou apenas

Onde apenas sou

Apenas



Por favor, façam silêncio

Que estou a me digladiar com a escuridão





II



Perdoa-me Deus porque tenho medo

Perdoa-me pelo descaso e pela insensibilidade, mas sobretudo

Perdoa-me porque tenho medo







Não posso prosseguir

Chamo no vazio. Não há resposta

Brando minha espada no ar contra as asas da criatura que me aprisiona

Suas garras tem a força de cada coragem que eu nunca tive

Seus olhos faíscam a luz de cada chama que não me consumiu

Vejo em seu rosto os traços de cada um dos amores que não pude amar

Cerca-me por todos os lados, fere-me o peito, atinge-me a garganta

Estou só

Não posso prosseguir



Por favor, façam silêncio

Procuro no ar os cantos de guerra daqueles que virão em meu resgate

Mas tudo o que encontro é poeira e desolação



III



Perdoa-me amada, porque tive medo

Perdoa-me pelo desastre da sensibilidade, mas sobretudo

Perdoa-me, porque tive medo







Ai de mim que deixei o meu posto

Ai de mim que transbordando de amor não pude amar

Deixo-me, esqueço

Apenas a tua mão me salva

Apenas a tua voz me ergue definitivamente para a batalha

Tuas mãos estão distantes

Tua voz, não ouço mais

Espero a tua chegada em uma doce desesperança

Além disso, não há mais nada

Um pequeno ponto de luz

Onde sou apenas criatura

Onde sou apenas uma pequena parte

Onde sou apenas

Onde apenas sou

Apenas





Rogério Penna Quintanilha

set./2003
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui