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Contos-->Recado -- 16/04/2003 - 14:43 (Hideraldo Montenegro) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
“Querida, estou escrevendo esta carta para lhe informar que estou bem.
Aqui não há corpo, rosto, idade, sexo. Não sei se vai conseguir compreender como nos comunicamos se sequer temos bocas. Na verdade, aqui, sentimos as coisas.
Existe inferno, mas não há demônios, caldeirões escaldantes e outras coisas do gênero, que muitos aí ainda, infantilmente, acreditam. O inferno é apenas mental. Ele, basicamente, é remorso, arrependimento e culpa.
Existe céu, mas não há anjos tocando harpas e coisa do gênero, que muitos aí ainda, infantilmente, acreditam. O céu é também mental.
Muitos, aqui, não sabem que existe um mundo aí. Na verdade, muitos duvidam que exista um mundo onde as pessoas têm um corpo, se alimentam e morrem. Como aí, muitos aqui também não acreditam que vocês existam.
Daqui não podemos fazer contato e interferir na vida de vocês. Ou vocês, mentalmente, vêm até aqui ou não descemos aí. Assim, pense em mim que consigo sentir o que está sentindo.
Ah, para não esquecer, não conseguimos fazer mal a ninguém daí. Para nós é engraçada a crença de vocês em fantasmas. O que vocês enxergam são apenas os seus medos.
Você não sabe como é bom estar aqui. Não nos preocupamos com trabalho, alimentação, doença, velhice e todos os males que temos que passar quando estamos aí.
Os que acreditam o contrário estão apenas fantasiando a existência neste nosso plano. Ou seja, eles estão transferindo coisas daí que não têm a menor necessidade e lógica aqui.
Aqui simplesmente existimos. Não temos nome, idade, cor, raça, cultura. Não somos homem, mulher, pai, filho, irmão. Aqui somos todos iguais.
Somos uma vibração positiva ou negativa. Depende de como estava o nosso estado mental no momento em que morremos. No geral, aqui é pura paz, alegria, amor, êxtase.
Também, como você agora, quando estava aí não entendia isso. Mas, não se preocupe que, inevitavelmente, como eu e os demais que estão aqui, quando chegar a hora vai entender também.
Daqui achamos a maior tolice boa parte de suas preocupações. Aí, tudo passa. Aqui, nada passa. Tudo aqui é permanente.
Estou feliz porque, mais cedo ou mais tarde, você vai estar aqui também.
Lembranças. Aguardo-te.”


P.S. Não utilizamos ninguém para escrever por nós. Na verdade, não sabemos escrever. Aqui não existem línguas. Somos universais. Como escrevi esta carta? Não escrevi.

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