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Poesias-->O QUE VIVO -- 17/09/2003 - 17:50 (Jair Fonseca Martins) |
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O QUE VIVO
Vivo o nada
pelo nada existir,
Vivo na oscilação dos pensamentos,
pela turbulência exaustiva das minhas indecisões.
Vivo o medo
pelo desequilíbrio da segurança.
Vivo ainda a caminhar sobre a terra,
por me faltarem asas para voar.
Vivo a linguagem do silêncio,
pelo diálogo cansativo dos sons sem sílabas.
Vivo a degustar sabores cítricos,
pela ausência da oferta do mel.
Vivo a olhar o infinito,
Pela magia que me enternece sua luz
Vivo a descer ladeiras depresiativas,
Porque as travas dos elevadores da compreensão enferrujaram.
Vivo debruçada sobre a janela da ociosidade,
porque o meu labutar não encontrou patrão.
Vivo com cara de boba,
porque o asilo me fechou as portas da razão.
Vivo a correr sem saber aonde chegar,
porque esconderam o mapa do meu caminho.
Vivo sozinha
porque a multidão fugiu de mim.
Vivo com as mãos estendidas
porque esta é a forma de tocar...
Vivo em busca de você,
Porque preciso consertar minha mutilação...
VIVO!!! Jair Martins 19/03/02 - l7:10h |
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