OS OLHOS DA ALMA
Os olhos da alma são de ótica profunda,
neles, o mergulho ao íntimo se dá além,
e, encontram pouso no recôndito do Ser,
para aflorar na pele, toda a beleza que estima a vida,
a qual, submergida no silêncio do oculto,
foge do viver.
Os olhos da alma busca longe,
o que o cristalino ocular não pode alcançar.
O primeiro retira no invisível o real,
enquanto o segundo, encanta-se com miragens,
que lhes desenham fontes borbulhantes de um areal.
Para os olhos da alma, não existe privilegiados,
de todos, extrai o valor , que todos tem a oferecer,
seja na singeleza dos gestos, ou no expontâneo sorriso,
que a face pálida acaricia, fazendo-se por merecer.
São encantos vistos pela alma,
como ofertas de vida a própria vida.
Os olhos da alma, traz na sua transparência,
a luz cintilante das cores, que procura na descoberta do brilho,
a elegância harmoniosa na apresentação do rico colorido,
que alegra o viver.
É pelo olhar da alma,
que a paixão encontra adentramento
dentro de outra vida, reconhecendo-o,
como o mais abrasador dos sentimentos,
deixando-se viver pelos arrepios dessa própria alma.
É infeliz, quem do olhar da alma o uso não faz.
Perde para si todos os valores encarnados no Ser,
que para a visão comum é o espetáculo,
mas, para a visão da alma, o fascínio solto de um espírito.
Belos são os olhos da alma, que tudo vê e confere:
o ilimitado no limitado.
Jair Martins / 11.02.02 - 18:05h
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