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Erotico-->FOGO NA TARDE DE INVERNO -- 28/07/2001 - 14:27 (Carlos Higgie) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


FOGO NA TARDE DE INVERNO


Tudo podia acontecer, menos aquilo. Era verdade que nem Gabriela, nem ele, haviam inventado aquela situação. Um pouco de chuva, o vento ululante, a tarde gelada de inverno, o fogo crepitando na lareira. Gabriela, tão linda como sempre, estava fragilizada e dissera: “ a chuva me come por dentro, me machuca sem piedade...” Porém nada, mas nada mesmo, poderia explicar porque de repente, sentindo-se náufragos naquela tarde terrivelmente chuvosa foram se aproximando, com as respirações entrecortadas, os corações galopando enlouquecidos, os olhos turvados pelo desejo e pelo temor, vencendo os centímetros que os separavam como se percorressem muitos quilômetros e num instante, sem emitir uma só palavra, se enroscaram em um abraço-beijo à beira da insanidade, que derrubou os copos de cima da mesa. Rolaram pelo carpete enquanto chovia lá fora e chovia alegria naqueles corpos iluminados e suados, plenos de energia e sensualidade.
Tudo podia acontecer, menos descobrir, depois de tanto tempo, que seus lábios, suas pernas, seus sexos, suas almas, se reconheciam e se amavam. Por isso gemiam, gritavam, insultavam, liberando todas as ânsias ocultas, levantando todas as âncoras e grilhões, navegando por um mar sublime de inebriante regozijo. Era ele nela, ela sobre ele, trançados, eletrizados, mesclando suores, humores, odores, buscando a cada beijo, afogar todas as lágrimas, todos os sonhos frustrados. Se revolviam como animais.; ela , deixando que o homem a penetrasse profundamente, quase com violência, em um jogo interminável, que atingia a essência de sua feminilidade, marcando-a como o fogo proibido, para sempre.
Tudo podia acontecer, menos aquela tragédia. Depois de tanto prazer, despertaram, emergindo daquele lago brumoso e encontraram o recinto revirado, os copos quebrados, as cadeiras caídas, o fogo quase apagado na lareira e os olhos vermelhos, raivosos, do marido de Gabriela, fulminando-os.
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