Dia de festa
S.Kalil Botelho
Para a AMLDF
Dia de festa no arraial da fama.
(Fama fugaz, é bom que se confesse.
Porque, a imortalidade que proclama,
Muita vez tremeluz e, até, fenece).
Mas é festa e, por isso, o verbo inflama.
Como fluir de onda, explode, cresce,
Constrói frases de efeito, se esparrama,
Para, depois, morrer como uma prece.
Mas, nesta festa, tudo nos redime
Da corrida incessante, angustiada,
Em busca de algo que se perde, esfuma.
Pois,se ela é se o prazer que exprime,
O encerrarmos só nesta noitada,
Não há nada imortal que lhe ressuma.
(Obs. Ao concluir o soneto acima, não fiquei satisfeito com o resultado obtido nos tercetos. Fiz, dois novos que lhes ofereço abaixo
(A escolha é vossa).
Pois que esta festa breve nos ensine Guardar dentro de nós, entesourado,
O conteúdo expresso que resume.
Que seja como a essência que define
Toda a beleza, o significado,
A memória sutil de um bom perfume.
|