Amo a rosa que se abriu noutra manhã.
Apenas hoje vi o botão encabulado revelar-se inteiro.
Balançou-se com graça ao vento, em amável saudação.
Amo a folhagem que escondi do frio e protegi da geada.
Busco-a entre galhos verde-limão.
Em folhas pálidas, ela sobrevive frágil.
Conforto-a - no verão, voltará a cor e brilhará o tom -
Pareceu-me ver um sorriso.
Amo a minúscula flor, rosada e lutadora.
Era galho murcho em um jardim perdido.
Esquecido por horas, recebeu, sofrido, gotas de água fresca.
Hoje espalha ramos e flores miúdas .
Parece que tem olhos e me fita agradecida.
Parece que tem mãos e me acena e aplaude.
É apenas uma rosa a mais numa roseira.
É apenas uma folhagem verde no jardim pequeno.
É apenas uma flor miúda e colorida.
É amor que distribuí a esmo.
São vidas que agreguei à minha.