INQUISIÇÃO NA GRANDE LOJA MAÇÔNICA DO CEARÁ
Editorial Ampulheta
Este periódico acaba de sofrer, por parte dos que fazem a cúpula da Grande Loja Maçônica do Estado do Ceará, uma nova tentativa de silenciar suas vozes, que são as próprias vozes do humilde povo maçônico, sem direitos e sempre esmagado por uma meia dúzia que controla esta tradicional Potência Simbólica, imbuídos na defesa dos princípios democráticos, da ampla e irrestrita liberdade de pensamento, expressão das verdades, e fatos que se registram no dia-a-dia do oriente cearense.
Os dirigentes dessa Instituição, insensíveis aos postulados de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, harmonizados com o pensamento dominante nas eras medievais, período onde se instalaram os famigerados tribunais inquisitoriais e que levaram dezenas de irmãos maçons às fogueiras européias, agem hoje de maneira semelhante, buscando de forma arbitrária, inconsequente, retaliadora, mesquinha, atingir moralmente honrados irmãos que trabalham incansavelmente pelo aperfeiçoamento dos costumes, sintonizados com os próprios postulados da Ordem Maçônica.
A lamentável decisão tomada na nefasta "Sessão Especial" realizada no dia 1° de junho do corrente ano, corroborada por alguns irmãos anestesiados e envolvidos por processos hipnóticos de subserviência e medo, em punir irmãos integrantes deste jornal na forma artimaniosa como foi planejada, é uma prova do arbítrio, da traição, da vindita, da parcialidade, dos que hoje, envolvidos nas correntes vibratórias do gênio do mal, dirigem esta veneranda Instituição.
Sob o império da "força bruta", da "lei da chibata", suspendem direitos maçônicos, e excluem irmãos do ambiente fraterno de suas Lojas. Mas enganam-se quando pensam em calar a voz de suas consciências, em modificar seus pensamentos, pois foram estes forjados com base nos sublimes princípios que a própria Ordem Maçônica os moldou durante anos de estudos e pesquisa.
Mesmo diante da pressão, continuaremos firmes nos propósitos e objetivos delineados na linha editorial do AMPULHETA, ou seja, de bem informar, analisar, criticar, condenar as irregularidades administrat.ivas, as injustiças, o arbítrio, a enganação, combater a tirania os preconceitos e os erros, enfim, tudo que represente "vícios e maus costumes" que manchem nossa Instituição.
Neste último "affair", convocaram irmãos integrantes do Jornal AMPULHETA, não membros da Alta Administração, para participarem de uma "Sessão Especial", cuja "ordem do dia" seria a "discussão do jornal Ampulheta, que vinha causando problemas à jurisdição". Como imaginado por estes, na realidade foi realizada uma sessão de julgamento desses irmãos, que se abstiveram de cair numa armadilha engendrada pela maquiavélica cúpula.
O Ato no121, de 04 de junho corrente, que denuncia os referidos irmãos e suspende seus direitos maçônicos provisoriamente enquanto correrá o falacioso processo, não diz que crimes estes irmãos incorreram. E quais seriam eles? Simpl.es resposta: a coragem de dizer verdades que eles não gostam nem querem que o grande povão maçônico tenha conhecimento das mesmas.
Se este é o crime, a condenação antes de ser um demérito, representará para eles um símbolo da honra, da coragem e do amor que sempre dedicaram à causa maçônica que abraçaram.
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