Há cerca duns dez meses, o que então agora parece um autêntico sarcasmo, era espontànea seriedade. Partia eu do príncipio que os homens de honra tinham a feição peculiar de se elevarem acima do preconceito mesquinho.
Que ironia é hoje o que já foi da minha parte saudável ingenuidade. Se bem se lembram, até dá para recordar... Por isso repesquei este textozinho.
Ex.mo Senhor
Já li e reli o "Desagravo", em Cordel, que me dirigiu em nome dos Poetas brasileiros, presumindo que por forma ínvia eu lhes tenha ofendido musa e lira. Longe disso, meu Caro, e também não faz parte da minha condição ofender gratuítamente seja quem for. Da parte do Senhor houve má interpretação em geral, e felizmente, pois produziu um interessantíssimo trabalho em resposta, mesmo que eu tenha servido de "vitíma" injustiçada. Do meu lado, apenas pretendi "sovar" mentalmente três usineiros menos salutares que insistem maltratarem-me atravès de "e-mail" com insinuações e assuntos de "lana caprina". Tão só!
Compraz-me informá-lo que pretendo atingir quanto antes cerca de 200 trabalhos colocados aqui na Usina, aos quais dedicarei em seguida atento alargamento, reformulação e apuro até que consiga construir obra sólida. De resto, creia, entre Vós - Poetas Brasileiros - não me move qualquer intenção de compita ou afronta. Nem imagina, meu Caro, quanto aprecio e estimo a musicalidade natural do verbo escrito e falado com pendor brasileiro, e também quanto admiro os enormes cantores do Brasil desde menino.
Desagravado o desagravo, fiquêmo-nos pelo cultivo da amizade à distància, através desta magnífica tribuna.
Respeitosos Cumprimentos do
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