SALMO DO APELO URGENTE
Vem, Senhor, construir nossa casa!
Somos pedreiros falidos, cansados, desesperançados.
Por mais que trabalhemos com afinco, de sol a sol,
permanecemos estancados, sem sair do canto.
São tristes, e causam uma dor profunda,
os insultos e acusações dos amigos
que meneiam a cabeça quando passam por nós.
Vem, Senhor, construir a nossa casa!
Nos cansamos inutilmente;
exaurimos nossas forças já minguadas e,
à semelhança de estatuetas, permanecemos inertes.
O alicerce da nossa casa fragmentou-se,
pulverizou-se, tornou-se pó.
Os tijoçops que adquirimos ao longo do tempo
não tiveram o tempo necessário
para o cozimento total,
e esfacelaram-se entre os dedos.
A argamassa salitrada danificou os rejuntamentos,
e o reboco, lentamente, expôs o interior
de paredes carcomidas.
O madeirame apodreceu e a coberta ruir.
Vem, Senhor, construir a nossa casa!
Desses escombros - humanamente falando -
o que poderá surgir?
Mas tu és o Deus do impossível e do impensável,
do incomcebível e do incomensurável.
Para Ti o inimaginável se faz possível,
pensável, concebível e mensurável.
Vem, Senhor, executa o projeto que preparaste
desde antes da fundação do mundo!
Sê o arquiteto, mas também o nosso mestre-de-obras,
para que a nossa família seja edificada
sobre a rocha da tua Palavra!
Que cuidemos mais da nossa vida espiritual
e da vida espiritual dos nossos filhos,
priorizando a busca do Reino de Deus
e de sua justiça,
tendo a maior de todas as certezas:
tudo aquilo de que necessitamos
nos será acrescido,
numa medida cheia, calcada, transbordante.
De que adianta madrugar, deitar tarde, na busca
desenfreada e louca pela sobrevivência,
quando ao que Ele ama concede o pão
enquanto dorme?
Senhor, reconstrói, restaura, edifica
e guarda a nossa família!
Se assim não for, trabalharemos em vão
e seremos apenas sentinelas vencidas
pelo apelo urgente que não se viveu.
(Orando com o Salmo 128)
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