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Poesias-->Despoema -- 04/10/2003 - 00:38 (Rogério Penna) |
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Lírio, flor da cidade
Na opacidade
Do viaduto
Do negro rosto
Entre o produto
Do seu esgoto
Caminha Lírio,
Martírio.
Por entre as partes
Traços de Lírio
Por entre as hastes
Do andarilho
Caminha fúnebre
A noite fria
Sem o perfume da
Poesia.
Entre os espinhos
Entre os caminhos
Da flor que espeta
Da flor que mata
Da flor que espera
Que trança a faca
Dos mais terrenos
Venenos.
Por entre as casas
De asas podadas
Por entre os carros
Onde trafega
O homem magro
O despoeta
Será possível?
Invisível.
Por entre as pedras
Por entre as ervas
Caminha imenso
Inebriado
Do seu insenso
O desalado
Guerreiro Lírio,
Delírio.
Lírio, flor desventura
Na sepultura
Entre o silêncio
Que a vista evita
O desalento
Da voz que grita.
Lírio, se cala.;
Despetala.
Rogério Penna
para a poeta Amanda |
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