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Contos-->Devaneio em branco -- 28/04/2003 - 15:57 (Hamilton de Lima e Souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Quando ela entrou na churrascaria eu já havia acabado de destroçar um pedaço de frango. Certamente gostei de não ter feito isto em presença da jovem, vestida de branco, uma camisa com alguns detalhes em preto, listras talvez. Camisa não, camiseta de algodão. Ressaltava a bela de seu corpo e do belo busto.
Voltei rapidamente os olhos para o sorvete que se apresentava sobre a mesa e minha acompanhante, uma mulher atraente que não desejava ocupar senão o lugar de amiga. Bem, entre as duas imagens a da jovem foi mais forte. Saboreei o sorvete entre conversa amena, diz-que-diz sobre nada e coisa nenhuma.
Certamente a presença da jovem de branco a poucos metros alterou a química de meu cérebro e talvez tenha perdido a capacidade de concatenar qualquer pensamento mais inteligente. A beleza dela se confundiu com o chantili. Eu deveria continuar baboseando com a mulher em minha frente ou inventar uma desculpa qualquer e procurar a jovem e elogiar sua vestimenta, que estimulava um pouco mais minha imaginação e a construção das palavras?
Não passou despercebido meu gesto, mas também não alterou o rumo da tarde a conversa de fim de refeição. A mulher observadora que me provocara tantas vezes continuaria me provocando só para fazer graça dali por diante, mandando beijinhos e fazendo gracejos ocasionais. Graciosos, mas distantes.
A jovem de branco sumiu um tempo, depois voltou. Encontrei-a em outras cores, outra ocasião, longe de frangos e churrascos, acho que sorrindo no meio de uma festa. Devia estar acompanhada, então deixei minha atenção voltada para outro lado, onde uma balbúrdia organizada se armava, com a participação voluntária de muitos grupos.
Entrei na balbúrdia, ansioso pela algaravia de sons e imagens que se misturavam sob a noite cheia de estrelas.
A jovem ficou por lá em algum lugar, enquanto eu bebia poesia e sorvia de lábios amorosos recompensa pelo fato de gostar das estrelas, da lua, do céu. Por um momento a jovem parecia ter passado por lá, em busca de qualquer coisa, embora não fosse eu. Um olhar cúmplice. Coisa de momento. Foi embora outra vez.
Um dia desses eu a vi sobre a calçada. Sorria para a calçada, povoada de pássaros, para uma flor dessas de mato que o vento levava. Estava livre, leve e solta, como seu sorriso e seu olhar.
Parei um instante só para vê-la, angelical, a guardar o sorriso da cidade indiferente. Estava de branco novamente, vivendo, com toda intensidade.
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