Usina de Letras
Usina de Letras
142 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62213 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10450)

Cronicas (22535)

Discursos (3238)

Ensaios - (10356)

Erótico (13568)

Frases (50606)

Humor (20029)

Infantil (5429)

Infanto Juvenil (4764)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140798)

Redação (3303)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6185)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cronicas-->"A peça teatral da vida" -- 30/12/2002 - 23:00 (Ingrid Valiengo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Mãe, o ano acabou. Já estou indo embora, ok? Volto no próximo, ajudo no que for, mas para o resto desse não estou. Nem queira saber para que não estou, mamãe. Para tanta gente deixei de ser. Fui culpada, quis assim. Mas o ano me deu tantas coisas que não ligo para o que deixei para trás.
Mãe, desculpa, não lembro quantas cores já mudei o cabelo, quantos quilos emagreci ou engordei. Mas lembro de quantos brincos você fez para mim no ano: 28. Uma enormidade de carinho, assim tão bonitinhos, grudados em minhas orelhas. Ah,sei também quantos furos mais resolvi usar. Doeu tanto, mamãe, mas fiquei mais bonita.
Foi nesse ano que entramos no mar, lembra? Por questões de segundos Iemanjá levou o anel da minha avó. Chorei tanto. Escapou de meus dedinhos, mamãe, porque emagreci demais. Tenho saudade do anel. Saudade dos anos em que ele me acompanhou e deixou viva a lembrança das horas que não tive você comigo.
Em março, meu avó me deu de presente seu vestidinho de batismo. Todo feito à mão por sua mãe. Ele disse que é para eu colocar em minha filha. Hoje o vestido está aqui comigo. Às vezes durmo perto dele, imaginando o bebe tão moreninho e lindo que só vi em fotos.
Já estou tão crescida e ao mesmo tempo, perto de você, pareço uma criança: esqueço como cozinhar, arrumar a casa, coleciono seus bilhetinhos que dizem para eu ter mais cuidado na cidade grande.
Pois é mamãe. Estou indo. Como disse acima, no próximo ano volto. Antes, gostaria de fazer o que sempre quis: publicar alguma poesia sua. Espero que você só venha brigar comigo em 2003. E também desejo que o próximo ano seja simplesmente seu e de mais ninguém.
Beijos da filha "rebelde",
Ingrid


A peça teatral da vida
Fixei o na tela dos meus olhos, e abaixei o pano da ribalta...
... E lá ficou você!
No palco abandonado, silencioso, mudo...
Na platéia de minha alma, meu coração ansioso, na ultima fileira, aguarda o outro ato...
Ele não sabe que as grandes peças, acabam sempre em suspense.
E para entende-las é mister o expectador estar à altura do autor, e das enigmáticas reações dos artistas.
A Vida - a grande criadora _ nunca deveria,
Entradas vender à pessimistas...
06-09-68 Maria Julia Miler Valiengo (mamãe)


Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui