De todas as criaturas não conheço a que mais se destaca por sua dedicação e amor. A racionalidade de muitos cientistas e, principalmente de muitos filósofos, não foi capaz de explicar ou entrar num consenso a respeito deste amor. Amor de mãe é tão enigmático que confundiu – e continua a confundir – as maiores mentes humanas. Devo citar algumas dessa mentes: Freud, Tomás de Aquino, Agustinho, Sartre, Descartes, Pré-socráticos, Spinoza, Bjerkely; dentre outros gostaria de enfatizar o quase santificado pela Igreja Católica, Sêneca. Sêneca foi o mais atrevido ao afirmar que a razão materna sobressai ao amor. “Por quê encarar a morte de um filho como se fosse uma desgraça? Todos que nascemos, devemos um dia morrer”. A relação Sêneca-mãe é parecida com a relação Jesus-humanidade (inclusive mãe) de desapego. A oratória filosófica, do quase contemporâneo de Cristo, é baseada nos discursos sagrados Deste.
Hoje, admiramo-nos a escolha de uma data especial para se celebrar a importante figura materna. Parece-me realmente importante as mães possuírem uma data especial. Entretanto, as famílias estão esquecendo que as mães merecem respeito integral, que seja diário. Há maridos, por exemplo, que não saem com sua amante e deixa de violentar fisicamente suas mulheres por respeito a essa data comemorativa; filhos que deixam de desobedecer e até baterem em suas mães nessa data; nessa data, as mães deixam de ser Escravas do lar e gozam de um descanso eternamente merecido. E os demais dias? Por quê não conceder o devido respeito às mães todos os dias de suas vidas?
Nossa sociedade estimula, nitidamente a comemoração desta data do dia das mães, com propagandas, músicas, comerciais, filmes e etc, ligando todos esses estimuladores a presentes ou a movimentação comercial. Sem dúvida, todas as mães merecem receber presentes, no entanto não podem ser usadas como motivadoras de estatísticas comerciais, como: “Este ano a previsão é dos comércios superarem suas vendas em 50% com relação ao mesmo período do ano passado”, comentam todos os meios de comunicação. Quem sabe, se não houvesse uma data específica de comemoração dos dias das mães, os preços não subiriam nesta época. E quem sabe os preços ficariam até acessíveis as camadas baixas da sociedade, e os empresários “espertinhos” deixariam de ganhar, desonestamente, dinheiro às nossas custas.
A intenção deste texto não é defender o fim dessa data, mas convidar a sociedade à uma reflexão à respeito dela. Será que podemos refletir sobre as imposições sociais ou comerciais com a capacidade intelectual que Deus nos concedeu? Ou devemos obstruí-la, a fim de reproduzir o discurso vigente, sem ao menos pensarmos sobre? Como dizia Raul Seixas: “Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”.
Gostaria, então, mães de todo o mundo, de parabenizar-vos, não somente por essa data, mas por vossa existência cada dia em nossas vidas. Deus vos abençoe!
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