PRINCESA
Oh! Minha gata selvagem
nos teus olhos de fogo, a dor
tem brilhos no morrer da primavera.
Oh, musa fogosa, sensualmente demoníaca
seios de amêndoas, limiar do sexo!
Não me fale das flores
sobre as faces dos gozos...
Flores do acaso, rosas estáticas
ornamentando sortilégios e loucuras,
sedução e orgasmos pelo prazer lúdico
dos deuses libidinosos!
Corpos sedentos, beijos batons,
uva, morango, cereja...
em meio a lábios rubros
lambuzando o meu corpo!
Serpentes enroscadas
de desconcertantes urros!
Tabuleiro de orgia e cumplicidades
prazer delirante do entardecer,
pânico das estrelas á beira-mar...
Deusa das sete luas, entre ti e o vazio,
fosse o céu, que o céu tem querubins,
fosse as estrelas, que as estrelas tem alma!
Mas, à noite, espreita o ventre da solidão,
inverno dos astros e visões na sombra do tempo,
delírios perdidos nas juras do teu corpo...
Ai! Os teus uís, os meus aís
explodindo á meia noite, á meia luz...
Vento, ventania, cachorros doidos no cio
rastejando ao sol do meio dia!
Nhca
fev/00
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