Violência. Ao ouvir essa palavra, todos automaticamente visualizam sangue e corpos estendidos no chão. Mas esse não é o único tipo de violência presente em nossa sociedade. Há também a violência moral, que fere não a carne dos homens, mas sim seus direitos como cidadãos e, principalmente, como seres humanos.
Desde o período colonial brasileiro, os negros são colocados em posição inferior à dos brancos, obrigados a executar trabalhos pesados, coagidos pela força, vivendo em condições desumanas. Atualmente, a situação não mudou muito. O preconceito sofrido pelos afro-brasileiros pode ser facilmente observado no nosso dia-a-dia. Subempregos, salários baixos, qualidade de vida precária. Por que é que a cor da pele de uma pessoa define sua posição social e restringe suas oportunidades? Puro preconceito. Pura violência.
Os homossexuais são outro grupo atingido e violentado pelo preconceito de uma sociedade irracional e conservadora. Quando um homem e uma mulher se amam, eles podem casar, ter filhos, compartilhar seus bens. Por que é que duas mulheres não podem oficializar sua união? Por que é que dois homens encontram tantos obstáculos para adotar uma criança? Por que é que o amor entre um homem e uma mulher é considerado normal e o amor entre duas pessoas do mesmo sexo é considerado imoral? Puro preconceito. Pura violência.
O mercado de trabalho para as mulheres ainda é muito restrito. Elas continuam tendo sua capacidade inferiorizada por uma sociedade essencialmente machista. Aquela mentalidade de que a mulher serve apenas para cuidar da casa e dos filhos permanece muito presente nos dias de hoje. Por que é que seu salário é inferior comparado ao do homem? Por que é que a capacidade feminina é tão dificilmente reconhecida? Puro preconceito. Pura violência.
Esses são apenas alguns poucos exemplos dos muitos grupos marginalizados, excluídos e violentados por uma sociedade preconceituosa, que julga e condena por motivos tão equivocados. Grupos que precisam lutar por seus direitos, cidadãos que não possuem de fato os direitos de qualquer cidadão. Pessoas que não devem ser violentadas, mas sim ovacionadas pela sua força e coragem de enfrentar uma realidade tão cruel e de lutar contra as tantas injustiças a que são submetidas.
