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Erotico-->HORA DA SESTA -- 31/07/2001 - 18:28 (Carlos Higgie) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

HORA DA SESTA

Dona Joaquina saía todas as tardes, apenas seu marido dobrava a esquina da rua, rumo ao seu trabalho. Aonde ela ia, ninguém sabia e a Marcelo, não importava o mínimo. Se preocupava, e muito, que a sua mãe lhe esquecesse um pouco e se deitasse para a bendita sesta. Assim que escutava os primeiros ressonos, que anunciavam roncos prolongados, escapava. Algumas vezes, ia até a lagoa, onde se banhava nu, junto com outros rapazes de sua idade. Se atirava na água sem roupas, para que sua mãe não percebesse que, em vez de sestear, estava cometendo uma travessura. Eram muito bons os retalhos de tarde que passava na lagoa. Subia no salso e se atirava de cabeça, nadava e mergulhava, desfrutando da água fresca e límpida. Em algumas ocasiões, tinha que correr e esconder-se, porque as mulheres dos arredores e suas filhas, iam até ali para lavar roupas ou banhar-se.
Em outras tardes, mais perigosas, se juntavam no canto da esquina e iam roubar laranjas ou melancias do velho Bráulio. Muitas vezes, os cães e até o próprio velho os perseguiam por todo o terreno. Eles, no entanto, eram rápidos e espertos, e nunca ficaram a mercê de seus perseguidores.
Porém, a melhor e a mais excitante aventura de Marcelo ocorria a apenas duas casas da sua. Por isso era tão importante para ele, os passeios de Dona Joaquina. Sua filha Isadora, a garota mais linda do bairro, ficava sozinha, escutando rádio, ou lendo as emocionantes fotonovelas em preto e branco. Marcelo chegava e rapidamente a convencia a visitar a casinha de ferramentas. Ele ia primeiro e a esperava, naquela habitação sombria que cheirava á mofo e urina. Ali estavam as ferramentas do pai de Isadora. Pás, enxadas, martelos, torques, alicates, chaves de fenda, tantas ferramentas que Marcelo nem sabia para que serviam. A que mais assustava era uma gadanha, que, em mais de uma vez, Marcelo imaginou sendo brandida pelo dono da casa ao descobri-lo com sua amada filha.
Ela chegava depois, com desembaraço, quase esnobando-o, como se não quisesse estar ali. Se fazia de difícil, não o deixava tocá-la, dizendo que estava ali só para conversar. Marcelo, com muita paciência, a cercava e a envolvia com seus carinhos, até que ela consentia em levantar o vestido e baixar a calcinha. Ele, então, a encostava em um velho baú, e sem baixar o calção, tirava o seu sexo juvenil e brincava com ela, enquanto a beijava e passava as mãos pelos seus seios delicados. As vezes, ela permitia que ele a desnudasse por inteiro e que seus corpos se roçassem com paixão e avidez. Fora esses jogos quase infantis, nada além acontecia. Isadora continuava virgem, apesar das tardes delirantes na casinha de madeira.
Aquela tarde, como quase sempre, Dona Joaquina se perfumou, se olhou mil vezes na frente do espelho. Colocava um vestido, depois o tirava, trocava o colar, a pulseira, passava batom, retocava a maquiagem, num ritual interminável, tratando de melhorar sua imagem. Marcelo, debaixo de um cinamomo, fazendo-se de desentendido, esperava que ela saísse. Por fim, ela saiu e como quem não quer nada, ele caminhou até a casa, batendo na porta dos fundos. Isadora apareceu, com os seus olhos de cachorrinha perdida, como se não entendesse o que estava acontecendo, aliás, como sempre fazia.
Ele então disse que a esperava na casinha de madeira e ela respondeu que não sabia se iria. Mas foi. Marcelo meteu as mãos por baixo do vestido e descobriu que ela vestia só aquela peça. O sangue ferveu, o coração parecia uma locomotiva em louca carreira, as bocas se uniram em um beijo molhado e ardente, as línguas buscando todo o alento, todo o desejo que crescia em seus músculos. A garota estava mais receptiva do que nunca. Queria cada toque, cada carícia, por mais ousado que fosse, cada gesto apaixonado de Marcelo. Um vulcão emergia deles. Começaram, então, um jogo perigoso e excitante, os sexos juvenis simulando um entendimento que não tinham, as pernas separando-se, toda a musculatura tensa, todas as glândulas segregando, preparando os corpos para o ato final. Até que Isadora, quase que sem querer, permitiu que Marcelo concluísse o jogo tantas vezes iniciado e nunca terminado. Ela gemeu mais forte e ele soube que alguma coisa diferente estava acontecendo. Perturbado, não sabia o que fazer. Ela começou a mover-se, buscando o caminho da felicidade, dando-se por inteiro, em um gesto de frenesi total. Caíram sobre uns sacos de aniagem, que tinham lã ou alguma coisa parecida. Ela murmurava palavras sem sentido e ele só entendia “amor”, “amor”, “amor”... Fogo úmido, vozes animais e milenares, que brotavam de um manancial incontido, elevando-os a uma realidade ímpar, diferente. Ela gritou “não” várias vezes, deixando-se arrastar por um torvelinho refulgente. Havia alcançado seu primeiro orgasmo. Marcelo intensificou seus movimentos, como se buscasse naquele corpo juvenil todas as explicações e respostas que jamais alguém havia lhe dado. Aberta e totalmente entregue, Isadora recebeu o rio branco marmóreo que brotava do sexo de Marcelo e não acreditou, com sua sabedoria de mulher, em nenhuma das promessas e juramentos de amor eterno, que o rapaz murmurava sem parar.
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