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Contos-->Eulália - Capítulo IV -- 08/05/2003 - 00:57 (Christina Cabral) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
EULÁLIA – CAPÍTULO IV

(Para atender aos milhares de eleitores ansiosos -alguns até necessitando de terapeutas – resolvi, num ingente esforço de produção, postar mais um “pedaço”
desta minha obra de arte. Bom proveito...)

CAPÍTULO IV

Eulália cantava na cacimba quando padre Jesuíno chegou. Deixando de lado a roupa ensaboada do marido, ela foi receber o padre e pedir a sua benção.

Admirado com a limpeza do quintal e da casa, o vigário elogiou-a e perguntou:

- Como vai o Zé? dormiu bem?

- Vai bem, sim senhor, dormiu bem e tá dormindo de novo, mas já de barriga cheia.

- Ele já se alimentou?

- Já, e com gosto; leite de cabra e cuscuz.

A fisionomia do padre resplandeceu:

- Graças a Deus, Eulália! Não me arrependo de ter confiado em você.

Com o rosto luzindo de orgulho, ela o levou para dentro do quarto.

- O senhor precisa me ajudar a trocar ele de rede. A dele tá imunda e fedendo.

- Puxa! Você já o lavou e trocou? Você está me saindo melhor que a encomenda...

- Senhor?

- Nada não, Eulália, eu dizia que você fez bem em lavá-lo. Parece outro homem! Vamos trocá-lo de rede.

Zé Maria abriu os olhos e sorriu, ao dar com o amigo.

- Onde o senhor arranjou ela, padre? – perguntou murmurando.

- É minha amiga e, agora, sua mulher...

- Quê?...

- Zé – falou o padre com paciência – você precisava e precisa de quem lhe cuide agora. Ela não tem lar e veio comigo sem me perguntar para onde. Ela é solteira, boa moça, apesar de ter dado uns passos errados...

- Sou home de arrastá rabo de saia, não, padre...

Vendo que ia começar uma discussão entre eles, o padre pediu à Eulália que saísse um pouco. Precisava domar o turrão...

Olhando a morena que se retirava meneando o largo quadril, Zé Maria tornou a repetir:

- Sou home de aturar rabo de saia, não...

- Eu sei, é sozinho, caturra e azedo! Mas está precisando de quem lhe cuide agora. Vê se não me faz o desaforo de criar caso... Trate de ficar bom e conversaremos.

- Hum... Mulher fazendo fuxico nas minhas coisas...

- Você está em condições de ficar sozinho?

- Não...Mas...

- Você acha que é certo ficar sozinho com uma desconhecida, a lhe dar banho e comida na boca?

O homem olhou para as mãos limpas, a roupa trocada e exclamou:

- Credo, padre!

- Então aceite a mulher que lhe arranjei e trate de ser bom para ela.

- Gosto disso não!

- Você não está em condições de gostar ou não, mas se insiste, eu levo a moça comigo e dou o feito por não feito!

- Pera um pouco, padre!

- Então não me venha com melindres! Agradeça ter quem cuide de você e dos seus bichos! Até amanhã!

- Até...

Padre Jesuíno, sabendo do gênio violento do Zé Maria, partiu preocupado com Eulália, que ficou plantada no meio do terreiro.

No quarto escurecido, Zé Maria resmungava:

- Padre doido... Praga de doença... Um rabo de saia na minha casa... Se começá a me enfezá... Dou um jeito nela!

Da cozinha vinha o ruído do trabalho e o cheiro gostoso de carne frigindo. Quando os passos se aproximavam da porta do quarto, ele fechava os olhos fingindo dormir, mas quando se afastavam, tornava a abri-los, meio desconcertado.

O estômago já reclamava alimento e foi com alívio que a viu entrar com um prato fundo nas mãos. Tomou,com prazer, a canja saborosa e mastigou, demoradamente, os pedaços de frango. Sempre sorrindo a moça chegava a colher aos seus lábios, enquanto num movimento inconsciente apertava os próprios lábios e voltava a sorrir, enquanto ele comia.

Terminada a refeição, ela lhe limpou a boca e a barba, com a ponta da toalha e se preparou para sair.

- Como é o seu nome? – perguntou Zé Maria.

- Eulália – respondeu apenas e se foi.

- Hum... Eulália... Gosto disso, não...


(tchan, tchan, tchan...tchan... Amanhã...)


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