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Poesias-->Poemas perdidos -- 23/10/2003 - 11:17 (Alceu Silva Santinho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Poemas perdidos



I



É com dois olhos de águia

que eu te vejo, cidade,

marejados, marejados e cansados,

daqui do alto desse satélite de onde te fotografo.



Quisera saber envelhecer como tu,

nobre e forte,

sem esse vinho que embriaga,

sem esse fumo entorpecente.





II



Essa lua paralisada,

artificial e desarmada,

que as águas imprecisamente refletem,

está impressa na mente mitológica

dos meninos holandeses e coreanos.



A solidão desmancha-se em gritos

e sustos dos que se escondem nas vielas

e fumam pelas calçadas, abdicam da vida,

despem-se e mostram suas bundas aos cachorros.



Seres minúsculos como aeroplanos no horizonte

habitam bolhas e janelas que se multiplicam por mitose.

Os feridos fogem da escuridão feitos os políticos

E os tigres deslocam seus corações do fogo central



Por que as formigas transportam o azul

E as abelhas, sim, as abelhas fabricam dentes e frutos

E as andorinhas carregam consigo

O calor em suas perninhas cheias de penas.



É costumeiro que o sol da manhã

Seja símbolo da esperança

mas desta vez não. Não é a palavra de ordem

estampada em todos os sorrisos.



III



Nossos crânios são como caixas onde canções ecoam e nossas mentes não as reconhecem como suas. Elas não sabem que nossos sangues foram derramados como lágrimas quentes e salgadas e que nossos olhos saíram de nós aos pedaços e se espalharam pelo chão como os fiéis em um templo.

Que meu pescoço sustente minha cabeça, minha face é uma caixa acústica mas eu não canto.

Meus dentes são trezentos e vinte. Novescentos são meus carros de aço. Cavalos há mais de cem.

Oh répteis, oh centúrias,

Nada me alegra,

Nem mel, nem carne de carneiro, nada... Anêmonas e colônias de corais azuis, vermelhos, multicores e águas-marinhas habitam esse oceano que é minha desconhecida mente. Freqüentemente adoeço do coração, sonho com romances e suicídios e ando nervoso de madrugada por essa cidade luminosa por fora mas tão selvagem e escura por dentro.

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