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Artigos-->Fudidelas em Odivelas, fuji delas... -- 23/01/2021 - 12:20 (Brazílio) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

 

 

 

 

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História de Odivelas
Odivelas

Sorry, no photos.

Odivelas - Portugal 🇵🇹


Aqui se relatam alguns factos históricos sobre a cidade de Odivelas.

Toponímia

A origem do nome Odivelas está, como o nome de tantas outras freguesias e concelhos de Portugal, envolto numa lenda que perdura pelos séculos. A propósito do nome desta cidade, conta-se que D. Dinis tinha o hábito de deslocar-se à noite a Odivelas onde se encontrava regularmente com raparigas do seu agrado. Certa noite, sabendo a rainha do que se passava resolveu esperá-lo e quando o rei fazia o seu percurso para o encontro, a rainha interpelou-o e eis que proferiu as seguintes palavras:

"- Ide vê-las senhor….."

Afirma-se que de "Ide vê-las", por evolução, teria surgido o nome Odivelas.

Os filólogos dão porém, outra explicação: a palavra compõem-se de dois elementos: "Odi" e "Velas". A primeira é de origem árabe e significa "curso de água". A segunda é de origem latina e refere-se às velas dos moinhos de vento, que existiram nos outeiros próximos e dos quais podemos ainda ver vestígios. O curso de água ainda se mantém hoje.

Origens

Os dólmens das Pedras Grandes e das Batalhas, na freguesia de Caneças, o Castro da Amoreira na freguesia da Ramada, os vestígios romanos encontrados na Póvoa de Santo Adrião, os achados árabes no sub-solo da Paiã, na freguesia da Pontinha, confirmam o território como uma zona fértil e agradável, onde, ao longo dos séculos, o Homem sempre se comprazeu em viver. Mas o «motor de arranque» do desenvolvimento da região parece ter sido o Rei D. Dinis, ao decidir erguer, em Odivelas, um Mosteiro, onde uma plêiade de cultas freiras se fez ouvir para além das grades, quer pelos seus célebres Outeiros, quer pelos livros que escreveu, ou ainda atraindo, ao Mosteiro e às suas imediações, reis, príncipes e artistas.

Século XV ao século XIX

É no Paço de Odivelas, em 1415, que D. Filipa de Lencastre, já no leito de morte, abençoa os três filhos mais velhos (D. Duarte, D. Pedro e D. Henrique) que partem dali, a cavalo, em direcção ao Restelo, onde embarcam para Ceuta. É no Convento que se representa pela primeira vez, em 1534, o «Auto da Cananeia», de Gil Vicente, encomendado pela abadessa Violante, irmã de Pedro Álvares Cabral.

Enquanto isso, multiplicam-se férteis quintas na Pontinha (na Paiã chegou a haver um cais para escoar os víveres para Lisboa), na Póvoa de Santo Adrião e em Caneças. Os seus proprietários, de uma forma ou de outra, surgem amiúdes ligados à cultura. É o caso do pintor Vieira Lusitano que foi o centro de uma romântica e atribulada história de amor com uma das filhas dos donos da Quinta dos Falcões, na Pontinha. Anos depois, será a Póvoa de Santo Adrião a ter como proprietário de uma das suas quintas, o pintor Pedro Alexandrino que não só deixou algumas obras na igreja local, como as espalhou por Lisboa - na Sé, no Palácio de Queluz, no Museu dos Coches.

O Padre António Vieira fez um dos seus sermões no Convento de Odivelas, a 22 de Junho de 1668. Almeida Garrettocupa o preâmbulo da «Lírica de João Mínimo» com uma descrição de um passeio ao Convento, entrecortada por várias dissertações sobre poesia. Um roubo na Igreja de Odivelas a 11 de Maio 1671 dá origem a um belo monumento, o «Senhor Roubado», que alguns descrevem como a primeira banda desenhada portuguesa, e que levanta muitas pistas sobre a forte presença da Inquisição na região. Os missionários cansados e doentes que regressam da Ásia ou da África acolhem-se ao Convento de Rilhafoles, na Paiã.

Em 1723, entra no Convento de Odivelas uma freira brasileira que algumas madres julgam judia. Nem mesmo o inquérito de um cardeal inquisidor as demove da suspeita, o que as leva a exigir a expulsão da “herege”. Em procissão, lá vão a caminho de Lisboa para se queixarem ao rei, que não as recebe. À força, soldados pegam-lhes ao colo e metem-nas em carruagens, devolvendo-as ao Convento. Pouco tempo depois, entra no Convento, a célebre Madre Paula, por quem o Rei D. João V, 30 anos mais velho do que ela, ficará completamente perdido de amores. A relação dura até à morte do monarca, que lhe deixa em testamento uma mesada.

Em 1731, D. João V decreta o início da construção do Aqueduto das Águas Livres, com origem na Fonte das Águas Livres, perto de Carenque, indo desaguar no depósito das Amoreiras, cuja Mãe d'Água foi acabada em 1834. A Mãe d'Água nas Amoreiras, além de ser um bonito espaço, é um depósito com capacidade para 5.500.000 litros. A partir das Mães d'Água a água seguia, através de túneis subterrâneos, que a levavam até às numerosas fontes de Lisboa. O Aqueduto das Águas Livres nunca foi totalmente eficaz porque fornecia água impura e em pequena quantidade e, neste momento, não é mais do que um monumento histórico que resistiu ao Terramoto de 1755. O terramoto causa grandes estragos na região mas leva também a que muitos lisboetas se venham fixar na zona, à procura de ares mais saudáveis. Não se sabe a data concreta da construção dos aquedutos de Caneças, mas situa-se por volta da segunda metade do século XVIII. Estes são quatro: o do Olival do Santíssimo, o do Poço da Bomba, o do Vale da Moura e o do Carvalheiro.

Mais tarde, em 1833, é construído, na Quinta da Pentieira (Freguesia da Pontinha), um cemitério para sepultar as vítimas da cólera. Até meados do século XIX, Lisboa era uma cidade suja, afectada por numerosas epidemias. Os cidadãos ricos pagavam aos Aguadeiros, entre os quais os de Caneças, para lhes levarem água a casa. Caneças e as suas águas eram, então, muito apreciadas pela sua qualidade. Situam-se na freguesia de Caneças um conjunto de Fontes, que comercializaram água e que constituem um marco de uma época e de modos de vida característicos da freguesia, e em sentido mais lato do concelho. A venda da água de Caneças fazia-se através de carroças ou galeras, que transportavam para Lisboa e arredores a água em bilhas de barro, juntamente com as trouxas de roupa das lavadeiras e produtos hortícolas.

Século XX

Com a extinção das ordens religiosas, a terra perde algum do seu fulgor. No início do século XX era, contudo, uma terra procurada para os prazeres do Verão, pelos senhores de Lisboa. É por essa altura que a vida municipal local começa a desenvolver-se. As freguesias de Odivelas e Pontinha fazem parte do Município de Belém, na altura em que este é presidido pelo escritor Alexandre Herculano. As duas freguesias passam, a integrar o Município dos Olivais em 1885. No ano seguinte, é instituído o Município de Loures, de que fazem parte algumas freguesias que hoje pertencem ao Concelho de Odivelas. Em 1915 é criada a freguesia de Caneças. Começa a surgir um outro tipo de desenvolvimento, já não assente na agricultura mas na construção de bairros sociais em várias freguesias. A ligação por estrada a Lisboa, leva alguns grupos económicos a comprar na região grandes propriedades, enquanto a alta burguesia compra terrenos que transforma em quintas de férias.

É na Pontinha que, a 25 de Abril de 1974, se instala o Posto de Comando do Movimento das Forças Armadas que instaurará um regime democrático em Portugal. Actualmente, este quartel integra um Núcleo Museológico, criado através de um protocolo estabelecido entre o Regimento de Engenharia N.º 1 e a então Comissão Instaladora do Município de Odivelas. Na região intensifica-se, a partir de então, o movimento de loteamento de terrenos que modificará profundamente a paisagem local. Nos 25 anos seguintes, aparecem 85 bairros clandestinos. Simultaneamente, com a falta de habitação a preços acessíveis em Lisboa, verifica-se uma explosão da construção civil, surgindo em todas as freguesias do concelho, à excepção da de Famões, grandes urbanizações que se traduzem numa subida relâmpago do número de habitantes, com formas de estar na vida diferentes e mais exigentes daquelas que tinham até aí os habitantes da região.

O Poder político tenta responder a essas aspirações criando as freguesias da Pontinha (1984), de Olival Basto, da Ramada e de Famões (1989). A Póvoa de Santo Adrião passa a vila em 1986, Odivelas é elevada a cidade em 1990, a Pontinha sobe a vila (1991), o mesmo acontecendo ao Olival Basto em 1997. Neste mesmo ano, um grupo de cidadãos, defendendo um desenvolvimento próprio para a região, cria o «Movimento Odivelas a Concelho». No dia 19 de Novembro de 1998, com o voto unânime dos Deputados de todas as forças políticas, a Assembleia da República votava, na especialidade, e em votação final global, o Projecto de Lei da Criação do Município de Odivelas. Esse dia ficaria estipulado como Feriado Municipal.

No dia 14 de Dezembro de 1998, é publicado no Diário da República, a Lei n.º 84/98, da criação do Município de Odivelas referindo o seu Artigo 1º:

"Através do presente diploma é criado o Município de Odivelas, com sede na Cidade de Odivelas, que fica a pertencer ao Distrito de Lisboa"

Em 20 de Janeiro de 1999, a Comissão Instaladora do Município de Odivelas é empossada pelo então Ministro do Equipamento, Planeamento e Administração do Território, Dr. João Cravinho.

Século XXI

Depois de 3 anos de administração, a Comissão Instaladora cessa funções, e no seguimento das eleições autárquicas de Dezembro de 2001, toma posse, no dia 4 de Janeiro de 2002, a primeira Câmara Municipal de Odivelas.

Bibliografia

  • Inventário do Património Arquitectónico, Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, Lisboa, s.d.
  • Rotas de Loures, Gabinete de Turismo da Câmara Municipal de Loures, s.l., 1998.
  • VAZ, Maria Máxima, “Património Histórico- Artístico”, AA.VV., Loures. Tradição e Mudança, vol. I, Loures, C.M.L., 1986.
  • Caneças, uma história de água, com Passado, Presente e Futuro, edição da Junta de Freguesia de Caneças, Março 2001.

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