Dom Kless O retrato
Olhando para a fotografia da ex-namorada, o homem sofre. Mulher linda! Incomparável! Insubstituível! Única! Seu coração sabe perfeitamente, enquanto os olhos imaginam que conhecem a beleza dela! Quem vê, testemunha o superficial, o transitório, mas, quem sente, apanha o permanente. Nisso, o importante é que o conjunto forma criatura extraordinária, bonita por fora e por dentro. Um ser admirável, extraordinário, que dignifica o lado bom do mundo!
Descansando na sala, realimenta o encanto por aquele sorriso rasgado, que tantas vezes lhe desfez tristezas e iluminou alegrias. Quando o via, estampado no rosto da amada, no rosto dele brotava outro, nem parecido, claro! Mas era a felicidade! O prazer de viver! O orgulho de ter ao lado uma lindíssima gata! Uma mulher de fibra! Uma pessoa capaz de transmitir segurança e paz, inclusive sem dizer palavra... Apenas por ser e estar...!
Não é despedida, pensa, admirando a foto! Amanhã, será novo dia! Ontem é passado! As dores vão-se, como vêm! Não são obras de Deus. O amor, sim, é divino! Vem dos céus para aplacar angústias. Sem entendê-lo, o ser humano pode até sofrer com ele. Como força abençoada, porém, luta e vence! O amor é estonteante, Ã semelhança dessa criatura belíssima, cujo paradeiro desconhece. A mulher se foi, mas a foto fica na mesinha de centro.
Dia 03 de Janeiro de 2003
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