DOIS BRASIS
Renato Ferraz
Nos 4 cantos do país a insatisfação é generalizada
Com tanta subversão, a situação ficou complicada
O povo revoltado reclama de tanto sofrimento
É quem paga a conta e ainda lhe falta alimento.
A vida do trabalhador é dura e mal remunerada
Pagam impostos elevados em troca de nada
Dois mundos nos separam com bastante distinção
Para os ricos habeas corpos, para os pobres a prisão.
O povo carrega nas costas o peso da nação
Trabalha duro e não recebe sequer educação
Os privilégios dos poderosos continuam preservados
Os governos mudam e eles continuam assegurados.
Muda-se de governo e tudo parece um estelionato
O sujo fala do mal lavado e a gente paga o pato
Depois que assumem tratam o povo com chicote
Para os inimigos a punição e os amigos o camarote.
A população é tratada como se pedisse esmola
A saúde é deficiente, assim também é a escola
Para eles não faltam verbas, tem o tesouro a disposição
O povo que se vire para ganhar o suado pão.
Ser político virou negócio, e até profissão
Defendem seus interesses e ainda levam seu milhão
Nos enganam à vontade falando em democracia
Fazem bem a encenação e praticam a demagogia
O lema é salve-se quem puder e quem for mais forte
O resto que se dane, fique entregue a própria sorte
Como “nossos bosques terem mais vida” e mais amor
Se o povo morre à míngua e sua saúde tem pouco valor?
A miséria e a fome já viraram uma epidemia
Essa tal bolsa que eles criaram, é pura heresia
É raro se tomar uma medida a favor do povão
Para eles tem orçamento, para o povo tem tostão.
|