O sapo pulou a janela e caiu dentro de um quarto iluminado pelo luar. O sapo sentiu o carpete no chão e desconfiou que estava num lugar estranho.
Olhou para um lado, viu a parede branca, olhou para o outro e viu uma cama.
Seus ouvidos escutaram o Tic Tac do despertador e ele pensou: Que tipo de bicho será esse que faz tic e tac, tic e tac, tic e tac?
Alice estava dormindo na cama e sonhando com fadas, príncipes, princesas e nem poderia imaginar que havia um sapo gordo e verde no seu quarto.
Quando o sapo pulou em cima da cama, ele caiu bem em cima do pé da pequena Alice, ela se mexeu um pouco e ele pensou que fosse um terremoto! Mas quando ele viu o rosto da menina, ficou com mais medo do que se realmente fosse um terremoto.
Ficou com medo, porque ele já tinha visto muitos garotinhos e garotinhas judiando de seus irmãozinhos sapos...
Resolveu fugir, mas assim que pulou para fora da cama, a menina acordou e seus olhinhos curiosos logo viram o sapinho.
Ela ficou espantada, porque nunca em toda a sua vida tinha visto um bichinho assim.
E ele olhou para ela com medo de que ela o maltratasse.
Então ele começou a rezar todas as orações que conhecia e até inventou umas novas também.
Alice se ajoelhou para ver o sapo mais de perto
_Que bichinho você é? Perguntou a menina.
O sapo coitado, não entendeu nada porque ele não sabia a língua das pessoas. Mas pensou que era bom fugir depressa dali!
Ele viu a janela que não estava muito longe e calculou que com quatro pulos bem altos alcançaria a janela.
Então deu o primeiro pulo:
Poin!
Alice riu e imitou o sapinho:
Poin!
O sapo achou graça também e pulou outra vez:
Poin!
A menina se divertiu e pulou atrás dele:
Poin!
O sapo gostou da brincadeira e mudou de idéia, não tinha mais medo e resolveu continuar a pular junto com a menina: Poin!, poin!, poin!
E ela foi atrás rindo sem parar: Poin!, poin!, poin!
E assim começaram a passear pela casa inteira saltitando:
Poin!, poin!, poin!, poin!, poin!, poin!
De repente, a mãe da menina apareceu e deu um grito histérico quando viu o sapo:
_Aaaaaaaaaaaaaaaa! Um sapo!!!
O sapo levou um susto tão grande, que deu um pulo quase acertando no teto e a menina também se assustou e começou a chorar.
O sapo viu que era hora de se mandar dali e poin, poin, saiu pela janela rapidamente.
Quando Alice cresceu, ela ficou com medo de sapos e sempre que via um, corria para o outro lado apavorada. Já o sapo, perdeu o medo de meninas pequeninas e um dia acabou na frigideira.
MARCEL DE ALCÂNTARA
|