Como aprender o silêncio?!
Como silenciar o que me vai na alma...
As palavras chegam aos borbotões...estrangulam-me a garganta...
A boca já salgada...
Quando aprenderei a não ser apenas uma tola mulher-coração?!
Não há culpados...
Absolvo todos os homens que amei.
Eles não têm culpa que eu seja assim tão intensa...tão visceral...
Não têm...
Mea culpa...
"Tània, só dê ao outro o que ele necessita....nada além disso"...
Um amigo já me alertou.
Sábio amigo!
E eu consigo?!
Consigo ser menos do que sou?...Não....Não consigo.
E analiso:
Dar ao outro só o que ele necessita...
Sim, seria bom... se fosse proporcional à minha capacidade de me dar.
Porque eu não posso me violentar...deixar de ser o que sou em essência.
E o que sou em essência?
O que eu realmente quero?
Sou uma tola romàntica...que se tem em alta conta (quem sabe este o problema?!)
Sou uma mulher que gosta de chuva e de poesia...
Que se emociona com música e amizade...
(e é quando o silêncio consegue fazer morada em mim...quando ouço música...quando sou ombro para um amigo...quando os barulhos ternos da chuva me embalam)
O que eu quero?!
Pouca coisa...
Quero para mim um homem meu...simples assim.
Que me acorde com beijos no meio da noite...
Que saiba sim, que tenha absoluta certeza de querer amor e prazer, conjugados, infinitos...
Que ame em mim todas as mulheres...só em mim.
Que não me veja como um anjo bom...como poesia....
Que me veja como mulher....apenas sua...apenas meu.
Que escreva poesias no meu corpo, na minha alma.
Que sobrevivamos à rotina, aos problemas do dia-a-dia, pois que seremos, antes de tudo, companheiros, cúmplices.
Eu sei o que quero.
Eis o que quero.
Não me contentaria com menos.
Sinto tanto estar de novo sozinha!..
Digo sozinha, sem perspectivas...
Sem aceitar quem me ama de verdade (não admito dar menos do que alguém merece)...
Desistindo de alguém com quem havia vislumbrado claridade...
As lágrimas secaram.
Estou seca...
Cansada...
Não desesperançada...
Isto nunca!
Tenho um destino de luz...eu sei.
Sou fadada à felicidade...eu sinto.