Paraíba, litoral poético II (continuação do anterior)
Maria do socorro Cardoso xavier
Embeleza o jovem, cura o idoso
Horizontes amplos, tornam todos ricos
Ou deuses humanizados
Nada custa, benesses da natureza
Um tanto poluída
Olhos eclipsam-se em céu infindo
Perde-se na planura da água
Confundindo-se com a nuvem branca
Sob ilusão de ótica
Parecendo flocos de algodão
A se tocar em cima do líquido
Verde-oceano
Tudo dilata, é lúdico e faz sonhar
Inatingível
Longa viagem, mar,
Qual herói, deuses
Ulisses, Camões, Cabral
Lusíadas, epopéia-mar
Sem saber se vai voltar
Praia saudável, moreno bronzear
A tez intoxicada revigora
Lava tudo: o leproso, o embriagado,
O sofisticado, o apaixonado, o infeliz
Queima as gorduras anti –estéticas
Precioso sal iodo evita o bócio
Areia, tapete que encanta
O canto invisível da sereia
Traz emoções em nossas veias
Sincretismo afro-luso-brasileiro
Ilusionistas, transportes outros séculos
Cérebro, coração contraído
Torpor-trepidação vida
Gigante e ao mesmo ingênuo mar
Castro Alves, símbolo
Nenhum poeta disse melhor nem mais
Sentindo a dor do escravo
No porão acorrentado
Navios Negreiros, grito de redenção
Absorção do passado – poeira de séculos
Pouco mudou...
No relativismo da síntese inacabada
Da emoção
História: tese, antítese, síntese
Ultrapassada opressão... (continua)...
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