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Cronicas-->BRASIL e PORTUGAL: Democracias essênciais para a paz -- 08/01/2003 - 14:50 (joão manuel vilela rasteiro) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
"Brasil e Portugal: Democracias essênciais para a paz e segurança internacionais".

Três anos após as comemoraçoes dos 500 anos da descoberta do Brasil, importa
começar com essa afirmação de Mestre Agostinho da Silva - "O brasileiro não é senão
o português à solta".
Com esta genial simplicidade, apenas nos remete para a alma que irmana Portugal e
Brasil, abrindo-nos uma porta para uma leitura de afectividade entre dois povos irmãos.
Vivemos um tempo de revolução gloval, aliás, a primeira revolução gloval da história
da humanidade, numa sociedade hipócrita, porque dita da abundància, mas que apenas
sobrevive pela criação das necessidades artificiais do consumismo onde se morre pelo
excesso de comida, enquanto no resto do mundo se morre de fome. Como refere,
Adriano Moreira(1),"A crescente mundialização dos grandes problemas que afectam a
humanidade; a multiplicação dos centros de decisão política mundial; princípio da
organização de grandes espaços que transcendem os próprios Estados e desvalorizam as
suas tradicionais fronteiras políticas, económicas e culturais; a crescente
interdependência mundial dos estados são fenómenos que caracterizam a actual
conjuntura do mundo em que vivemos." É neste contexto, que bem precisamos,
portugueses e brasileiros, de diálogos transversais que entendam e descodifiquem esta
nossa pluralidade de pertenças num permanente canto à heterodoxia luso-brasileira. Na
Europa, Portugal como membro da C.E.E., é alvo de fortes influências políticas,
económicas e culturais desencadeadas pelos países do centro da U.E. e o Brasil ocupando
uma posição central na América do Sul, desde que a preponderància argentina se
desmoronou e portanto "situando-se num espaço com forte predominància do poder
político e económico norte-americano e naturalmente da língua inglesa e do american
way of life", como refere José Salazar de Campos(2), aliás o Brasil assumirá um papel
de crescente preponderància, uma vez que já é uma das dez potências industriais. Como
essencial é arquitectar o futuro e nele ir transformando o presente, Portugal e Brasil
terão que ser uno nesse comunitário amor universal que é diluir-nos em todos os outros.
É certo que tudo isto passa por uma educação e consciêncialização das gerações futuras, o
que implica que esta não siga o caminho que infelizmente lhe está a ser apontado na socie-
dade portuguesa.No entanto há que ter esperança nos jovens ao contrário do que muitos pensam.
Porque nós, portugueses e brasileiros, somos como aquelas ondas concêntricas, de
pedras lançadas a um lago pelo mesmo impulso inicial e sendo certo que nos expandimos
em função das circustàncias que nos desafiaram e diferenciaram, nunca perdemos a essên-
cia da identidade originária. Recuperando o luso-tropicalismo, ou a ponte Brasil-Portu-
gal lançada por Gilberto Freyre, os dois países nas relações diplomáticas têm buscado
uma identidade comum e economicamente interessante. A língua e cultura portuguesa poderão
constituir o elemento comum em torno do qual se polarizarão, não só Portugal e Brasil,
como os outros países da comunidade lusófona. Como refere Vera L. Mata(3), "No momento
em que Portugal, enquanto membro da U.E.,também se volta para as suas ex-colónias Africanas
em busca de novos mercados e o Brasil converge seus interesses comerciais para o Mercosul,
a criação da C.P.L.P. vislumbra a possibilidadede um outro tipo de alinhamento, baseado na
cooperação geral." A àncora da língua, essas algemas que nos libertam, talvez constitua o
principal dos elos desse processo de criação política de uma civilização superior. Que ex-
traordinária a relação entre Portugal e Brasil na causa Timorense, inclusive no terreno,
com esse entendimento entre todos, suportados na língua portuguesa e numa cultura e identi-
dade similar. Estas propostas encontram eco no diálogo entre Fernando Henrique Cardoso e
Mário Soares, apresentado em "Um mundo em português", e onde nesta glovalização da política
contemporànea, a defesa da língua e vocação Atlàntica e Africana, terá que ser feita harmo-
niosamente por Portugal e Brasil. Citando Graça Capinha(3), "...a saudade é a presença que
domina e liga os dois espaços e os dois tempos que caracterizam a vivência do emigrante(...)
A língua Portuguesa faz parte dessa força mítica e imaginada, como base essencial de uma iden-
tidade, e é a especificidade dessa identidade nacional e cultural, que determina e dá força às
relações luso-brasileiras(...)é um estar "entre" (cá e lá), entre o concreto e o imaginário".
Com efeito, o mundo exige a moralização da política e das sociedades, e Portugal e o Brasil
consubstanciadas no seu contexto e especificidade, são Democracias essenciais para a paz e
segurança internacionais.


NOTAS:
(1)Moreira,Adriano;"A Europa em Formação(A crise do Atlàntico)
(2)Mata,Vera Lúcia Calheiros; "Gilberto Freyre e o mito da origem do povo brasileiro"
(3) Capinha,Graça; "Ficções crediveis no campo da(s) identidade(s): a poesia dos emigrantes
portugueses no Brasil


in; INÉDITO - 2003
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