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Erotico-->MINHA PRIMA EULALIA -- 04/08/2001 - 10:34 (Carlos Higgie) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

MINHA PRIMA EULALIA

Era uma atração fatal. A gente se procurava. Quando estávamos ao redor das fogueiras de São João, caminhando para o colégio, quando sem querer, porém desejando, nossas pernas se tocavam debaixo da mesa. Nas festas, nos bailes, na igreja, a gente ia ao encontro um do outro. E sempre, sempre, nos encontrávamos.
Claro que tinhas noivo e eu andava enrolado com uma moreninha de um outro bairro. Mas as coisas do amor, da paixão, do desejo, são incompreensíveis, fogem da razão, não são lógicas. Nem teu noivo nem minha namorada poderiam entender o porque do nosso relacionamento, essa coisa tão forte, tão carnal e ao mesmo tempo tão espiritual.
Nos tocávamos como por casualidade, como se nossos toques fossem encontros acidentais. No meio da multidão, perto de nossos amigos, junto aos nossos parentes, invariavelmente inventávamos caricias, que faziam ferver o nosso sangue e confundiam toda nossa humanidade.
Poucas vezes estivemos realmente sozinhos. Uma noite, na sala de jantar da tua casa, acariciamo-nos, descobrimos a sensualidade dos nossos corpos, a força das nossas anatomias cheias de desejos. Naquele momento entendemos definitivamente que estávamos programados para nos amar, explorar-nos, desafiando preconceitos, enfrentando tudo e a todos, para alcançar a felicidade unindo nossos instintos e sentimentos.
Uma tarde de inverno nos escondemos no galpão do seu Bráulio. Ali o velho guardava sacos de lã, latas de tinta, ferramentas velhas e oxidadas e uma porção de sucata que não servia para nada. Estava chovendo e o frio era intenso. Tiritavas e me abraçavas procurando meu calor. Lentamente, como se cada gesto fosse o mais importante do mundo, da historia do universo, tirei tuas roupas e deixei que me desnudasses com a mesma lentidão. Foi quando inventamos o amor, criando cada movimento, cada beijo, cada caricia. Nos sentia-mos, então, absolutos e únicos, donos do verdadeiro amor enamorado. Teus braços e tuas pernas, teus seios e tua barriguinha, minhas mãos e minha força, meu corpo arando e semeando o teu. Tua boca, tua boca outra vez, tua língua enrolada na minha, teus suspiros, teus ais, tuas suplicas, teu grito inteiro, pleno de prazer e entrega. O amor, do principio ao fim. Éramos isso. Puro amor.
Nossa entrega foi total e maravilhosa. Juramos amor eterno e, sem pensar, prometemos que nada, nem ninguém, poderia separar-nos a partir daquele instante mágico e sublime.
Pelo menos isso acreditávamos, até que abrimos a porta e descobrimos a cara feia e agressiva do velho Bráulio, que ameaçava e xingava. Da sua boca nojenta brotavam ironias e ameaças. Nos teus olhos cresciam as lágrimas e a tristeza. Eu me sentia impotente e toda a magia de instantes antes estava sendo sufocada pelas palavras do velho, pela visão maliciosa do mundo, que nem sempre entende e sente o amor na sua plenitude. Então, com raiva e tristeza, comecei a chorar, enquanto pegava tua mão e te afastava daquele vendaval de palavras maliciosas e grosseiras, daquele rio de sujeira que o seu Bráulio jogava sobre nós.
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