Felicito 2002, pois, mais um ano vencido e vivido. Com todas as dificuldades e ultrajes sofridos... fui candidato a deputado estadual e vivi intensamente e senti de perto todos os sentidos do ser humano: insensatez, cortesia, amizade, angústia, aflição, dor, tristeza, alegria, euforia, amor, ciúmes, inveja, maledicência e ai por diante. Não tive êxito. Não fiquei ofendido com o povo. Não culpei ninguém. A vida continua e a dor permanece. Embutida a vontade de alcançar um cargo eletivo, quiçá, sonho de criança. Sentimento de poder construir uma sociedade melhor. Dar dignidade aos realmente necessitados. Acariciar os idosos, os doentes, os miseráveis e levar-lhes a alegria de viver, ser como a criança agraciada com um brinquedo novo. Esta é a minha vontade. Não é Ã vontade do povo, pois os votos ficaram para o próximo pleito e tenho peito para enfrentar....
Todas as lutas são gratificantes algumas mais outras menos, ser candidato a cargo eletivo é com toda certeza um ato de coragem. Coloca-se seu nome na rua. Dá o direito das pessoas bisbilhotarem sua vida pregressa e acrescentar fatos pitorescos e pejorativos. Virar a marca de tiro ao alvo e de inúmeros franco-atiradores. Recebe apoio de pessoas, que imaginava adversário e perde apoio de amigos e até íntimos para os seus reais adversários, assim é a política partidária. Vive-se momentos de ternura. O apoio popular e o abraço sincero do povo a afetividade externada fácil. Choros e risos. A dura dor da derrota. Levanta a cabeça e no dia seguinte enfrenta a rua a fila de banco e a velha banca de advocacia. A vida e a luta continuam até a próxima eleição.
Bruno Calil Fonseca - www.pscitaberai.kit.net
PSC - Itaberaí-GO
02/01/2003
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[1] Sentimentos de um candidato, já escrito na crónica
SOU CANDIDATO. Publicado em USINA DE LETRAS na
Sessão de Artigos.