(quis)era uma vez...
notívaga tecelã de auroras,
teço manhãs
entrelaçando sonhos
nos vãos dos dedos.
tranço agoras que urgem,
urdindo horas impacientes
nas tramas de prementes
amanheceres.
enlaço, com temperança,
tênues fios de esperança.
desfaço nós,
disfarço o gris,
bordando, no brocado,
sóis dourados
e céus azuis:
matizes que, porventura, surjam,
entre os novelos
de minha vida emaranhada,
entremeada de estrelas frias
e luas vazias.
noturnal, refugo a luz do dia,
por sabê-la fugidia
e sigo, anoitecida,
(desa)fiando auroras,
cruzando pontos
com a linha desse meu des(a)tino
de Aurora*, arte(in)sã(na),
sonhadora
e só.
valéria tarelho
http://www.valeriatarelho.blogger.com.br
*Princesa Aurora - a bela adormecida
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