Ao beijar-me, amada condessa,
Tu roubaste os meus risos.
Teus olhos penetraram em minh’alma
Como as setas flamejantes do cupido
E, ao ter meu coração despido,
Sugou todo o amor que nele habitava.
E não mais olhos tive para outra
Mulher ou demônio de rendas e saias.
Meu viver era a paixão que me inflamava
A cada beijo teu que me dava
E em teu colo deitar-me calmamente.
Mas os ventos passaram, carregando as horas
Até que chegou o fatal e triste dia
Em que a fonte de teus beijos secaram.
Teu olhar já não era mais setas
Nem meu coração te interessavas mais.
Como uma borboleta frajola, partiste
Pelos ventos atrás doutros radiantes sóis,
Enquanto meus lábios emudeceram.
Tu te foras, deixando a dor e a saudade,
Mas levando meu coração e um sorriso…
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