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Cordel-->O Capanguinha que conheço -Marina reponde -- 01/12/2004 - 20:08 (Airam Ribeiro) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O Capanguinha que conheço
Por Marina – 10/11/04

Airam gostei da historia
Do Capanguinha sem sorte
Que morreu a noitinha
Tentando enganar a morte
Este Capanguinha aí
Não é igual ao daqui
O seu é de outro norte.

Diz o próprio Capanguinha
“Medo é só ilusão”
Da pessoa muito fraca
Sem crença no coração
Este não é como aquele
Veja somente o que ele
Diz em sua opinião.

Em seu ponto de vista
Parece um desatino
Tentar tapear a morte
É coisa de homem mofino
Nesta não se dá cano
Morte vem sem engano
Levando pobre ou granfino.

Pra lhe dizer a verdade
Ele tem o sangue quente
Nunca topou com onça
Mas se um dia de repente
Com alguma encontrar
O animal vai encarar
Assim: frente a frente.

Mesmo que a bichana
Esteja muito assanhada
Diz ele que garante
Dar um fim na danada
Ele só que ver o tombo
Onça caindo no estrondo
Do tiro da espingarda.

Se é papo ou lorota
Bem ele sabe fingir
Mas dor de dente garanto
Medo não tem de sentir
Ele não vai ao dentista
Se acaso a dor atiça
Agüenta, só pra não ir.

Na praia foi só uma vez
Só mesmo de passagem
Numa parada que fez
No curso de uma viagem
Viu água a sumir de vista
Sua visão ficou mixta
Entrar não teve coragem.

Mesmo sem formatura
Tem muita capacidade
O campo é sua morada
Gosto não tem por cidade
Diz que lhe dá desgosto
Gostava quando era moço
Hoje já está de idade.

Valente bem que queria
Ser bastante afamado
Mas descarta a idéia
Quando pensa no resguardo
Não gosta de arruaça
Prefere ter nome na praça
De homem bom e honrado.

De defunto foi só uma vez
Que ele se amedrontou
Era ainda um moleque
Assim ele me contou
Este caso engraçado
Aconteceu no passado
Que o mesmo vivenciou.

Teve que ir à cidade
Tinha algo a resolver
Voltar dali pra casa
No mesmo dia tinha que ser
Sozinho caminhava
O dia já se findava
Começava a escurecer.

Havia um cemitério
Naquela mesma estrada
Onde Capanguinha passou
Em bala na disparada
Mas tinha uma cancela
Ao passar debaixo dela
A calça ficou rasgada.

Escutou um horrível som
No rasgar do tecido
Aquilo lhe pareceu
Um pavoroso zumbido
De uma alma penada
Que estava ali parada
Esperando um conhecido.

Quando ele olhou pra trás
Nossa senhora do céu!
Pareceu-lhe que o seguia
Uma alma toda de véu
O moleque desatinava
O cabelo arrepiava
Debaixo do seu chapéu.

Seu coração parecia
Uma bateria de rock
Quase saindo do peito
Por causa daquele choque
O medo lhe dominava
E ele se desdobrava
Para aumentar o trote.

Correu mesmo feito louco
Até que não agüentou
Mesmo faltando fôlego
Tomou coragem, enfrentou.
Quando agarrou a alma
Viu sua calça, já com calma...
Que na cancela rasgou.

Pegou então o retalho
Amarrou no currião
Sentindo constrangido
Com aquela situação
E pra não ficar sem graça
Tomou sua primeira cachaça
Num boteco da região.

O dono do botequim
Ficou surpreendido
Sabia que aquele moço
Nunca havia bebido
Capanguinha por sua vez
Sentia que em sua tez
Faltava o colorido.

Ao sorver a “mardita”
Correu no sangue um calor
Seguiu sua viagem
Pensando naquele horror
Decidiu então que ia
A partir daquele dia
Esquecer qualquer pavor.

Isto foi acontecido
Dou-lhe palavra de fé
Fatos assim acontecem
Faz o cabra dá no pé
Capanguinha tem razão
Medo é só ilusão
Você sabe como é.










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