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Cordel-->Ainda o Capanguinha -- 01/12/2004 - 20:09 (Airam Ribeiro) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ainda o Capanguinha
Por Airam Ribeiro 14/11/04

Fui meditar no cordel
Do Capanguinha que conheço
Mas tanto medo assim!
Num homem eu desconheço
Em não ir ao dentista
A dor de dente conquista
Esta é o seu preço.

Conheci um Capanguinha
Parecendo esse daí
Que ao pedi uma carona
Na carroceria ao subir
Topou com um caixão
Em cima do caminhão
Para um morto do Jequi.

Mas antes outro carona
Lá atrás também subiu
E como estava chovendo
Entrou no caixão e dormiu
Estava muito quente
Lá no fúnebre ambiente
Que nem o sono ele viu.

É daqui para a frente
Que entra o Capanguinha
Aquele que é esposo
Da amiga Lurdinha
Trepado no caminhão
Ele olhando o caixão
Passou a noite todinha.

Naquele silencio todo
No carro a viajar
Ele ouviu um barulho
Como se fosse um roncar
Pela cabeça não passou
A hora daquele horror
Vendo o caixão destampar.

Na escuridão da noite
O cara saiu do caixão
Pra ver se tinha passado
A chuva e o trovão
Capanguinha viu aquilo
Deu um pulo igual um grilo
Correu mais que ladrão.

Perna pra que te quero
O cara corria demais
Que até o caminhão
Foi deixado para trás
E nos vultos que ele via
Achou que a alma lhe seguia
Aí é que corria mais.

E de tanto correr o coitado
Ficou com as pernas fininha
Dizem o povo que foi parar
Lá no sitio cachoeirinha.
E desde esse dia então
Não anda de caminhão
Quando chega a noitinha.

Até no carro do leite
Que costumava viajar
Esse cara valente
Nunca mais quis andar
Só anda com todo cuidado
No ônibus do Nivaldo
Quando não vem a quebrar.

Sei não viu Marina
Mas já tô desconfiado
Que esse aí é o mesmo
Que veio do outro lado
Levou as foiçadas da morte
Mas acho que teve sorte
Neste caso reinventado.

Ele tem o sangue quente
É porque corre demais
Se uma onça aparecesse
Aí é que corria mais
Se com uma calça rasgada
Ele ficou em disparada
Deixando tudo pra trás?

Não há alma que agüenta
Disputar com Capanguinha
Você aí ta protegida
E toda a Cachoeirinha
Com esse cara valente
Aí não encosta gente
Pra fazer uma briguinha.

Mas ser medroso é muito bom
Não vale a pena ser valente
Nunca vi um medroso morto
Disso eu sou ciente
Se o cara tem valentia
Lá picumã não cria
Porque morre que nem sente.
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