O SEGURO MORREU DE VELHO
Jan Muá
18 de outubro de 2021
Quem não gosta de seguro?
Todo o mundo gosta.
Todo o mundo gosta de seguro de saúde, de seguro de casa, de seguro de carro, de seguro de viagem e de muitos outros seguros.
Se é uma constatação de que no dia a dia nos preocupamos com a segurança de nossos bens materiais, como casa e carro, ou ou com a segurança de nossas vidas, como a saúde e as viagens, é uma boa oportunidade termos neste momento uma oportunidade de refletir sobre a mensagem que o o provérbio "O seguro morreu de velho" nos transmite. Trata-se de um capítulo condensado da sabedoria universal que o Brasil adotou em sua tradicional maneira de aderir às grandes causas morais que preservam ou elevam as sociedades avançadas e civilizadas.
"O seguro" vira aqui um personagem digno das mais elevadas filosofias e sabedorias orientais e ocidentais. Em sua essência, "o seguro" é um ser ou um ente que sabe se preservar. O "seguro" preserva-se porque é prudente, porque não se precipita. É um personagem que analisa primeiro, antes de agir. Que vê as condições reais em que os fatos se apresentam para decidir depois. É aquele que fica consigo mesmo pensando, analisando todos os prós e os contras e só depois parte para a ação.
A mensagem principal que o provérbio nos passa é um alerta sobre a segurança, nos acautelando sobre omissões ou excessos que podem prejudicar nossa saúde e nossa defesa pessoal na vida. Falando de segurança, estamos nos referindo abrangentemente à segurança física, à segurança de saúde, à segurança financeira, à segurança social, à segurança intelectual e mental e a todos e a quaisquer tipos de segurança.
Na saúde acautela-nos sobre os excessos cometidos contra a segurança de nosso corpo, desde a alimentação, até aos exercícios fiísicos e atividades de risco, Na segurança financeira alerta-nos sobre gastos excessivos e indevidos que prejudicam terceiros. Alerta-nos sobre o comportamento irracional de alguém que resolve torrar todo o seu salário do mês num dia de pândega e de excessiva folgança com amigos. A segurança financeira alerta-nos sobre a delicadíssima responsabiidade de ser fiador de alguém, de emprestar dinheiro sem conhecer bem a pessoa, emprestar livro a quem nunca o devolve, sobretduo volumes que pertencem a uma coleção, que ficará incompleta para sempre, no caso do volume emprestado não mais retornar, etc... A segurança sanitária leva-nos, em tempos de pandemia, a buscar a vacina, a usar máscara, a evitar aglomerações, a nos acautelarmos...
Em termos práticos, o adágio ["o seguro morreu de velho"] diz-nos basicamente o seguinte:
- Nunca avance sem saber para onde vai...
- Não vá, se dá para ver de perto o precipício que o aguarda
- Não seja imprudente se o que está querendo fazer vai torná-lo infeliz.
- Não gaste se não pode e se esse gasto vai torná-lo escravo durante muitos anos...
- Não beba demais nem se alcoolize se está correndo o risco de uma cirrose hepática.
- Seja racional. Comedido. Atento. Não se precipite. Aguarde seu momento. Aguarde as melhores condições para agir com segurança.
Jan Muá
18 de outubro de 2021
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