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Artigos-->A era Jeffiniana -- 28/10/2000 - 15:38 (Humberto Azevedo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Estava eu concentrado em minhas tarefas acadêmicas, onde realizo um trabalho sobre a figura maior do país neste século no jornalismo, Barbosa Lima Sobrinho, quando me deparei, assim meio do nada, com um assassinato cruel, frio e desumano praticado na madrugada deste último domingo, 22 de outubro, aqui nesta cidade, a mesma que que levava fama de ser o Vale da Eletrônica. O assassinato chocou toda a cidade. O assunto da semana passou a ser esta morte estúpida de um menino de apenas 8 anos. O crime chegou mesmo a levar várias pessoas a cogitarem a burra pena de morte como solução para estes tipos de delitos. Não me ponho aqui a querer defender um assassino, muito mais um criminoso desta estirpe, que até então nunca tinha ouvido falar. Quero que este sujeito vá para a prisão e lá cumpra cada minuto de sua sentença que, espero, não seja tão curta. Digo isso porque acredito que a pena de morte, se aprovada no país, elevará ainda mais os altos índices preocupantes da violência.

Para mim, este assassino é produto da nossa sociedade fabricada nos últimos anos pelo “doutor” Roberto Marinho, pelos políticos da estirpe de um Maluf, de um ACM e de tantos outros criados e fortalecidos pelo regime militar que infelicitou esse país por longos 21 anos, 1964 a 1985. Logicamente que o fator local, ou seja, a estrutura socio-econômica do nosso município, levou um bandido, provavelmente ligado ao nojento submundo das drogas, fazer o que fez. Não é por menos que Santa Rita do Sapucaí se tornou um paraíso das drogas e dos traficantes. Políticos como Olavo Bilac Pinto Neto, conhecido como Olavinho e Jefferson Gonçalves Mendes, vulgo Jeffinho, aliados a uma classe aristocrática das mais reacionárias promoveram esta cidade a um, praticamente, “estado de sítio” que nos encontramos hoje. E, o que é pior, sem nenhuma perspectiva de sairmos dele a curto prazo. Não tenho medo de dar nomes aos bois, pois escrevo não para agradar o poder constituído, e sim para vigiá-lo e cobrá-lo. Não seria demasiado anunciar aqui que esta estrutura arcaica, demagógica e paternalista implantada em nossa cidade há alguns anos é a responsável, direta e indiretamente, por crimes desta natureza. Pois, estes dois políticos que há praticamente 12 longos anos estão no poder e que caminham para mais quatro, representantes das oligarquias aqui fixadas, fizeram e transformaram Santa Rita do Sapucaí num antro de depravação, miséria e crimes. O que aconteceu nesta semana, tem acontecido antes e, infelizmente, vai acontecer novamente, é fruto desta políticia perversa, neo populista e irresponsável que privilegia a doação desenfreada e inconseqüente de bens e serviços, sem se preocupar com a única solução viável para este tipo de mazela social, que é a criação de empregos e a melhoria da qualidade de vida do povo.

Sem emprego, sem perspectiva, sem uma educação de qualidade, sem alternativas de lazer e de cultura, o que esperar dessa massa de jovens se não uma ligação com o tentador submundo das drogas? As drogas são um convite a estas pessoas que, a curto e a médio prazos, estão com os dias contados, ou pela pela morte prematura ou por uma condenação judicial longa.

Pensando bem ou mal, esse assassino que, tomara, seja encaminhado para atrás das grades onde é seu lugar, tem a mesma culpa dos responsáveis por este estado de coisas. Afinal de contas estamos morando numa cidade jeffiniana, onde todas as crianças são felizes por terem um Papai Noel e um coelho da Páscoa como prefeito, onde o frio é aplacado por um populista que sai distribuindo cobertores em um estádio de futebol como se fosse um Sílvio Santos do interior anunciando: “quem quer cobertor?, quem quer dinheiro?” Tudo, é claro, com o dinheiro público, com o dinheiro dos impostos pagos pelos contribuintes, comerciantes e empresários honestos que teimam em acreditar no futuro de nossa cidade.

Cabe aqui uma pergunta: até quando a comunidade de Santa Rita do Sapucaí vai suportar e querer manter esta situação?



Texto publicado no jornal Minas do Sul em 28 de outubro de 2000
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