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Contos-->ATO IV - HOJE DECIDI COMETER UM CRIME -- 09/09/2000 - 09:46 (Odalis Jodoé Allievi) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
HOJE DECIDI COMETER UM CRIME.

Hoje decidi, mais uma vez, que não te quero mais.
Meus sentimentos não agüentam a brincadeira, você brinca, eu sinto.
Já te disse muitas vezes que tê-la ao meu lado sem tocá-la é como estar com fome, sem dinheiro e sem comida. Quando eu peço um pouco de água você diz que não tem e sorri.
A decisão é difícil. Sei que vou sentir dor. Ficarei alguns dias desorientado. Vagarei com meu olhos distantes, famintos. Nada prenderá minha atenção. Estarei te matando. Não te procurarei. Serei procurado por você. Você tentará manter-me em seu domínio. Sei que é só isso que você quer. Serei gentil. Talvez você nem perceba o crime que estarei cometendo.
Droga! Juro que não queria que terminasse assim. Não costumo desistir de nada. Mas foi você quem não deixou escolha. Levou-me a um mundo que não gosto. O mundo dos que desistiram de amar. O mundo dos tristes.
Talvez a semana que vem eu já esteja no cortejo. Estarei de preto como de costume. Carregarei um botão de rosa vermelha. As pessoas vão estranhar. Pensarão que não sei que a rosa deveria ser branca, ou amarela, jamais vermelha. Eu sei. O que eles não saberão, e jamais pensariam na estranha lógica que uso nos meus símbolos, é que a rosa ainda é um botão. É lindo. Mas não cumpriu o seu fim. Ficou só no botão. E se algum otimista dissesse “valeu a intenção da semente” e eu pudesse responder, diria: – sem dúvida que valeu! Mas a semente está triste. Quando fizerem a última oração, antes de baixarem o caixão para o sono eterno, eu estarei suspirando as últimas recordações da nossa convivência. Passarei a rosa, em botão, pelo meu rosto. Quando ela chegar aos meus lábios beijarei: um longo beijo, beijo maledicente, beijo apaixonado. Próximo a cova, aberta em solo negro, a jogarei. Ela cairá no lado esquerdo. O lado que todos conhecemos. Ciao, bella bionda, ciao.
Quando você finalmente perceber que meu amor foi morto e enterrado. Você tentará trazê-lo de volta. Procurará no mundo dos espíritos. Clamará por ajuda. Pedirá meu auxílio. Eu direi não chorando a água que tantas vezes pedi e você negou. Acusarei você por ter sido a culpada pelo acontecido. Você ficará triste. Triste como a semente que não gerou uma rosa. Angustiada como me sinto agora. Você irá desistir. Mortos não voltam. Não saem de suas covas. No momento que sua última energia estiver terminando. Segundos antes que você desista para sempre eu direi:
_ Malvada! Quando enterrei meu amor por você, enterrei junto um botão de rosa em solo negro. O solo negro escolhi porque é o mais fecundo. O cemitério era meu coração. O botão era a esperança que um dia nossas disputas chegassem ao fim. Quando o beijei, beijei pensando em você, beijei como o beijo que te ofereço agora.
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