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cronicas-->A Tatuagem -- 11/01/2003 - 03:11 (Tiago Xavier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A Tatuagem (Tiago Xavier 11/01/2003)

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Ela entra na sala toda animada:

- Hoje vai ser sem peruca.

Ele:

- Como?

Ela:

- Pois é, hoje está abolido o uso da peruca.

Eles eram recém casados. Transavam todas as noites, quatro ou cinco vezes sem parar. Porém, ele não funcionava se ela não estivesse de peruca. Loira, ruiva, azul, amarela, lisa, crespa. Ela tinha uma coleção enorme. Ele retrucou:

- Como assim abolido?
- Não discuta comigo. Ou é sem peruca ou não vai acontecer, porque...
- Calma aí, depois falamos sobre isso.
- Quero falar disso agora, as perucas me incomodam.
- Estou vendo televisão mulher. Senta aqui e presta atenção. Estão transmitindo ao vivo, direto da África o parto de um bebê elefante.
- Então é isso. Um bebê elefante é mais importante que a nossa relação?
- Psiu !
- Mas...
- Isso é um momento raro na televisão. Se eu perder, talvez nunca mais na minha vida verei um bebê elefante nascer.
- Estarei na cozinha.

Ela saiu bufando de raiva, furiosa. Ele ria mais que o normal, queria despistar aquela conversa. Desde que se casaram, eles só transaram sem o uso das perucas durante a lua de mel. Ela cedeu quando ele chegou em casa com umas quinze perucas de variadas cores e estilos, dizendo ter um fetiche, mas até hoje não desconfia que ele só consegue dar umazinha quando imagina que está com outra mulher. Esse é o motivo do uso das perucas. Quando ele foi se deitar, ela o esperava, toda sensual, vestida numa langerie negra, com seus cabelos naturais soltos e bem penteados. Ele acariciou suas pernas:

- Vem cá meu bem. Hoje quero que você coloque a lilás. Essa noite está com cara de lilás.
- Nã nã ni na não ! A partir de hoje não transo mais de peruca.
- Amor, é meu fetiche, pensei que você...
- Eu odeio usar isto. Me pinica, incomoda.
- Mas é o símbolo da nosso ninho de amor, a forma única com...
- Porque você não usa isso. Quero transar com você usando a ...
- Se você usar também?
- Não. Nunca mais trepo de peruca.

Ele levantou, andou de um lado para outro no quarto enquanto ela o olhava, deitada. Com olhar pensativo, olhou para os olhos dela e tentou lhe explicar:

- Amor. Eu não queria que você soubesse, mas se eu não pensar que estou com outra mulher, ele não sobe nem rezando trinta ave-marias.

Ela começou a chorar, depois a soluçar. Logo após tentava falar, chorar e soluçar, tudo ao mesmo tempo.

- Então, ic, você, ic, não gosta, ic, mais de mim?
- Gosto sim querida. Por isso peço que use perucas. Pois não tenho coragem de te trair.
- Procure outra então, se não consegue transar com a própria esposa.
- Não quero outra, quero você.
- Então, porque você...
- Acho careta esse negócio de transar com a esposa. Se você quiser eu também posso usar uma fantasia, o que você acha?
- Que você ficou doido.
- Prefere marinheiro ou detetive?
- Prefiro que cale a boca
- Coloca a peruca amoreco.

Ela virou para o lado:

- Me deixe dormir.

No dia seguinte ele saiu para trabalhar e ela comentou com uma amiga o que havia acontecido. Disse que o amava e que estava disposta a usar perucas. Aliás, ele apenas a traía em pensamento. A amiga lhe aconselhou:

- Faça uma tatuagem bem exótica, na virilha. Ele vai pensar e dizer: - minha esposa não tem tatuagem, essa é outra mulher.

Ela procurou um tatuador e fez um desenho de um orangotango na virilha esquerda e tatuou o Fidel Castro na barriga, usando os pêlos pubianos como se fossem a barba do presidente cubano. Quando ele chegou em casa ela foi fazer a surpresa. A primeira noite foi incrível, ela iria agradecer a sua amiga pelo ótimo conselho que havia recebido. Porém, depois de dois meses, ele pediu o divórcio:

- Não aguento mais a sensação de receber sexo oral de Fidel Castro.
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