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Poesias-->As chamas da poesia nos campos -- 20/11/2003 - 14:05 (Plínio Amaro de Almeida) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Nas noites em que eu escrevo

Ninguém me vê

Ninguém me ouve

Ninguém me entende.



Algumas vezes nem eu

Ninguém ouve meus pedidos, minhas súplicas

Nem Ele

Só eu sei o que eu quero

Só eu sei como estou

(Será?).



Nos caminhos tortuosos da minha mente, ilusões e fantasias passeiam juntas com o desejo que sinto por você e com a lembrança de coisas que nunca aconteceram entre nós, mas que minha imaginação e minha poesia fazem com que aconteçam. Nos labirintos dos campos poéticos, eu caminho e procuro um destino que muitas vezes nem mesmo eu sei qual é. E nesses caminhos duvidosos e misteriosos, as palavras jogam com os sentimentos.



A minha imaginação trabalha nas noites e nas madrugadas. Te traz, sem você saber, da tua casa, te levanta da tua cama, te tira do teu quarto, e tu voas até aqui no meu quarto. E, enquanto eu escrevo, tu me acaricias, e eu respiro teu agradável perfume. E, quando paro de escrever, admiro teu lindo rosto, teus sedutores lábios e olhos, e teu corpo coberto com um vestidinho branco de seda.



Mas nem tu ouves minhas súplicas. Tu não sabes como eu te desejo. Para dizer a verdade, nem eu. Meus desejos, às vezes nem eu sei quais são. A poesia me confunde. Eu acho que minha vontade é acariciar tua nuca, teu pescoço, sentir a pele macia da tua face na minha. Sentir teu perfume. Tocar suavemente meus lábios em teu rosto e sentir teus lábios e tua língua na minha pele carente. Eu acho que minha vontade é beijar teus lábios quentes e macios, acariciar tuas costas e, abraçado a ti, sentir a delicadeza de teus seios e da tua face.



Mas será que, se essa minha vontade fosse realizada um dia, a partir desse dia, eu continuaria sendo um poeta lírico? Nos escuros vales da imaginação deste poeta que aqui escreve, o que o guia até a poesia são os desejos supostamente não realizáveis, um amor supostamente impossível e uma inspiração supostamente inalcansável.



Nas madrugadas, quando entro nos campos poéticos, o maior dilema é o seguinte: me declarar e, se ela me quiser, correr o risco de, a partir daí, não conseguir mais escrever poesias, que, mesmo sendo tristes, são lindas, e eu gosto de escrevê-las. E, além de não mais escrever, ter que, espontaneamente, queimar os lindos campos poéticos de Lord Andersen e não poder mais passear pela limpa e verde grama que cobre os campos. Ou deixar tudo como está e continuar passeando por esses campos cheios de surpresas e desfrutando o ar puro. Continuar escrevendo lindas poesias fantasiosas, com a condição de fazer a inspiração de minhas poesias inacessível para mim, mesmo ela estando tão perto.



O que mantém as chamas da poesia acesas no coração de um poeta ultra-romântico é a paixão platônica. No meu caso, platônica por opção. Mas eu tenho certeza de que, se antes de eu morrer, eu sentir os lábios de minha inspiração nos meus, eu me arrependerei de não ter feito isso antes. Então por isso beije-me, menina. E que se dane a poesia.











*Texto presente no livro "Lirismos imortais", publicado mais recentemente no segundo semestre de 2002.
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