EM LOUVOR DE LIDIA
Eu passageiro
me incorporo
para romper a paisagem
feita dia
observado que sou
pela magia
da pregoeira mulher
dama aloirada
que adorna o mercado
na jornada.
O que fiz,
que faço eu
para merecer
esse mormaço
residente na pele
de alabastro?
Essa branca presença
abençoada
por deuses de marfim
sob um instante
efêmero, soberbo,
eternizante.
Sabe Lídia,
a referência
então, crava-me o tempo
bem profundo no peito
de modo que eu,
sem repetir,
possa insistir e persistir
a exigir que sejas
Lídia,
muito mais que tudo.
WALTER SILVA
Camaragibe Pernambuco Brasil
Novembro de 2003.
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