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Erotico-->“As aventuras amorosas de Anabella – 1ª parte” -- 18/04/2003 - 19:30 (Tobby Teófilo Teobaldo Túlio Tyler) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Aprígio e Anabella ficaram em Florianópolis só por mais dois dias. Ele havia convencido sua irmã a voltar para sua terra natal e lá tentar começar uma vida nova, longe das ruas, das boates, das casas de tolerância e das drogas. Apesar de morarem tão distantes e terem profissões tão diferentes, ambos possuíam mais semelhanças do que se poder imaginar. Uma delas era o fato de gostarem de animais de estimação, a ponto de tratá-los igual a filhos. Aprígio tinha Nestor, a cadela poodle protagonista do capítulo oito dessa, digamos, novela cibernética, enquanto Anabella criava Moema, uma gatinha persa que lhe foi dada de presente por um cliente paraibano.

Fisicamente, no entanto, os dois irmãos não tinham quase nada em comum. Aprígio era baixinho, no máximo um metro e sessenta e cinco centímetros de altura, calvo, barriga protuberante, marcas profundas de acne pelo rosto e andava totalmente desleixado. Anabella, ao contrário, sempre se vestia de modo impecável, embora às vezes carregasse um pouco nos tons das roupas e andasse com vestidos que, por razões óbvias, não podiam ser usados na missa de domingo que religiosamente freqüentava.

Pode-se dizer que a beleza de Anabella era proporcional à feiúra de seu irmão, o que mais tarde foi reconhecido por ele próprio. Os cabelos pintados de loiro chamavam a atenção para uma linda mulher de pernas bem torneadas, de um metro e setenta de altura (sem salto), pele lisa e macia, barriguinha firme e glúteos tão protuberantes quanto o abdome do seu irmão. Porém o que mais fascinava os “manezinhos da Ilha”, como são chamados os moradores de Florianópolis, era o sorriso de uma brancura ofuscante da rapariga (aqui no sentido empregado em Portugal), que, por sua vez, era moldurado por um par de lábios vermelhos e carnudos.

Foram inúmeras as propostas de casamento recusadas por Anabella, a maioria feita por clientes endinheirados e perdidamente apaixonados. Também foram muitas as desilusões por ela vivenciadas durante quase quinze anos de "trottoir". Nesse período não lhe faltaram casos envolvendo homens comprometidos, idosos usuários de Viagra, coxos em busca de novas sensações, e mulheres sedentas em realizar as mais inimagináveis fantasias.

Uma das suas clientes mais assíduas era uma executiva de uma multinacional farmacêutica sediada em São Paulo, que quase todas as terças-feiras viajava até Florianópolis a procura dos prazeres proporcionados por Anabella. Além dessa paulista, a quem chamava pelo nome fictício de Inês, Anabella tinha pelo menos quatro outros clientes fiéis (ao menos a ela), cujas histórias haverei de contar nos próximos capítulos dessa minha despretensiosa narrativa. Por hora, adianto-lhes apenas seus pseudônimos e algumas de suas características básicas.

Assim como a executiva Inês, Dr. Adriano era detentor de um patrimônio invejável. Político profissional (leia-se corrupto), tinha quase setenta anos de idade, porém, segundo a própria Anabella, com uma vitalidade de um adolescente. Era também seu freguês mais generoso, pois gostava sempre de presenteá-la com cachês altíssimos e até com jóias de valor. Um verdadeiro pai para a moça, embora estivesse longe de sê-lo para os seus eleitores, que eleição após eleição deixavam-se levar pela aparência messiânica do escroque e de seu poderio econômico.

Outro que costumava freqüentar as noites catarinenses ao lado da deslumbrante Anabella era o jogador de futebol Rosalvo, astro de um dos clubes mais tradicionais do Rio de Janeiro. Jogador em final de carreira, mas com passagens vitoriosas até pela seleção, Rosalvo ia ao menos uma vez por mês atrás da “Princesa da Joaquina”. No entanto usava a moça mais como uma de suas companhias femininas nas farras homéricas que patrocinava pelas boates e casas de tolerância de Florianópolis.

Também rico, porém intelectualmente o mais bem dotado dos clientes de Anabella, o publicitário mineiro Wellington era discreto quanto às suas aparições públicas com a moça, visto ser casado a vinte anos e pai de três filhas. Porém, sempre a levava nas suas viagens de negócios, hospedando-a nos hotéis em que costumava ficar. Dentro das quatro paredes Anabella classificava-o como sensível e bastante afetuoso, dado, todavia, à práticas sexuais nada convencionais.

Por último, apresentar-lhes-ei o jovem Zanata, que não era propriamente um cliente de Anabella como os demais. Com pouco mais de vinte anos, pobre, “estudante” (leia-se vagabundo), nas horas vagas costumava consumir e até traficar drogas. Um "pôrra-lôca" de marca maior, extremamente violento, que vivia dia e noite atrás de Anabella exigindo-lhe dinheiro para sustentar o vício. Foi ele quem quase acabou com a vida de Anabella, salva, como se sabe, pela providência divina de seu irmão.

!!Próximo Capítulo: “As aventuras amorosas de Anabella – 2ª parte”

//Fale com Aprígio: aprigio2003@bol.com.br
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