| Sempre acreditei que o amor fosse uma junção de sentimentos e de alguma forma haveria reciprocidade dos mesmos. Acredito que as almas se apaixonam, reencontram, unem-se, amam, nada sei muito além das experiências que tenho tido a felicidade de vivenciar. O corpo é um meio por onde elas demonstram suas emoções, isso quando falamos com a voz do coração, e não racionalizamos sentimentos. Demonstramos sensações, medos, palavras, ou até mesmo no silêncio, no grito de um olhar, no choro, na mão trêmula, no beijo profundo, no toque que vai além da pele, transcende, ou mesmo por uma risada gostosa o nosso prazer de estarmos ao lado de alguém. Nos últimos dias venho acreditando no amor que sinto e em sua unicidade. Ele invade um pouco mais a cada dia, com permissão, pois me faz um bem sem limites. Para minha surpresa, após seis meses de onde busquei fazer tudo o que este amor racionalizou e disse que precisava para viver bem, fiz, e a conclusão que cheguei é que tudo é muito vazio, vago sem a presença dele ao meu lado. Sexta-feira nos encontramos, conversamos, choramos, sorrimos, dissemos muito por olhares, gestos, negamos em palavras, ora afirmamos, mas nada que superasse a madrugada. Eu sentia uma dor profunda e não sabia ao certo explicar, porque tudo que pedi por seis meses era este amor ao meu lado, e ali ele estava. Uma angustia me tomava, por diversas vezes saí da cama, e fui chorar pela sala, cozinha, pelos cantos, talvez justificasse o dilúvio. Por uma racionalização, havia decidido ir embora, deixar este amor, que ali estava na cama, dormindo um sono profundo. Voltei a deitar, e logo veio segurar minha mão, dormindo, em pensamento pedia perdão por ter de deixa-lo, e a cada vez que repetia isso em pensamento, minha mão era segurada com força. Aquilo intrigou. Em outro momento saí e decidi que partiria para casa de meus pais e ali decidiria o que faria então, novamente voltei a me deitar ao seu lado, e dessa vez eu chorava, muito, passava a mão por suas costas, braços, corpo, como para deixar guardado em minha mente cada limite daquele corpo que tanto amo, enquanto delicadamente sentia seu corpo, sem deixa-lo acordar, fui pedindo perdão por ter de partir, por não poder ficar, porque acreditava ser a melhor escolha para ambos, principalmente na situação a qual ele se encontra agora. De repente vira-se de uma vez para mim, porém de olhos fechados, e quando percebi chorava muito, o travesseiro estava molhando, sequei seu rosto, nos abraçamos e eu ali prometi que não o deixaria, que não faria nada que nos afastasse, aos poucos aquele corpo que dormia porém chorava, foi se acalmando e dormiu junto ao meu. Quando acordamos, minha surpresa foi maior quando comentei das vezes que levantei e me desculpei por não ter deixado ele dormir direito, e pedi desculpas pelo choro dele. Meu amor, com uma cara de que não sabia do que eu estava falando, disse que dormiu a noite toda e que não tinha chorado, não com consciência. Aquilo tanto me assustará como confirmará, as almas conversam entre si, mesmo com o corpo em repouso, quando há um grau forte de ligação, elas sentem falta uma da outra e dão seus sinais no inconsciente do corpo, como reflexos, quando a dor é forte, ela transborda, e assim chora. Percebi o quando esse amor é puro e sincero, é complemento. A alma estava alerta a tudo e não queria ficar distante da outra que em meu corpo reside. Hora alguma você precisou dizer que me amava, pois nossas almas não racionalizaram tal sentimento. Não havia passado por nada semelhante na vida, sempre soube da nossa sintonia e percebia que ela ficava mais forte a cada dia, como dizia sinto esse amor tomando uma forma cada vez maior dentro de mim. Se existe tempo entre os corpos, eu espero, pois minha alma definitivamente é feliz junto a sua, mas quero que nossos corpos também possam viver esse amor. Há momentos que falar com o coração é difícil porque pensamos nas reações que os outros podem ter frente as nossas decisões, porém ninguém poderá ser feliz por nós. Hoje o que preciso é do seu amor e da sua vontade de VIVER nossa história. |
