O céu já não tem mais segredos, meu amor
As belezas da grande noite não me fascinam,
Pois era você que dava sentido a tudo isso.
Do que me serve a eternidade se meus olhos
Não terão sua imagem para a contemplação,
Obra prima que é você! Com teus pequenos olhos
Sempre clareando as minhas ancias e meus medos...
Toma-me o abandono nessa hora escura, o amargo
Na boca não se parece em nada com o doce
Dos teus beijos, que como o Sol para os vivos
Dava-me a vida nessa morte em que me encontro.
Vou-me consumindo, olhando os anjinhos negros
Que rondam minha caminhada, noite após noite,
Enquanto na sala, como uma marcha fúnebre
O grande relógio marca o ritmo da minha agonia.
|