Relatório de um solitário explorador de pedras preciosas
Seus olhos me sussurram um recado incompreensível e invisível que só os cegos decifrarão, seu mistério e seu encanto foi feito pros solitários e indignos de perdão. Porque sou aquele que te escreve e você me conhece, e sonho contigo desde então.
Procuraram nas grutas e nos corredores sombrios das distantes cavernas ao longo de toda a costa africana e da Índia, por que não, eu mandei que trouxessem e pusessem na minha mão. Que achassem a cor mais perfeita e primária, a pedra matriz natural que aos homens mais parecesse original, que abatesse o oceano e o céu ao mesmo tempo em seu azul sem igual. Disseram-me que encontraram e fui em pessoa olhar, era a mais cara e rara bela pérola de todo o sedimento desta rocha chamada Terra, mas me invadiu a frustração, ela ainda não se comparava com os olhos daquela que me invadira o coração. Os olhos que nunca me deixam, tão lindos e sem precendentes em toda a história da civilização.
E disse que encontraria o outro mais puro e mais reluzente jamais existente neste mundo ou em qualquer recanto com vida inteligente, e vasculhei todas as pirâmides e todas as minas esquecidas do planeta e também as da imaginação, e nem nestas lendas achei algum ouro que fosse mais belo, mais rico e eterno do que seus cabelos. O próprio sol não se atreve a competir com o brilho reluzente deste emaranhado trançado e perfumado que é uma pequena parte de toda esta sua beleza que nenhum homem jamais encontrou igual.
Eu me perguntei qual era o segredo, e qual era o mistério daquela rara perfeição, mas não entendi, e não poderia mesmo, porque ela não foi feita pra ser compreendida, ela foi feita pra ser amada.