FEIRA LIVRE
Renato Ferraz
A feira livre na minha cidade acontecia dia de sábado.
Era realizada na rua principal, em frente ao comércio local.
Mas há cidades que fazem mais de uma feira na semana, em dias diferentes.
Além do aspecto comercial, era considerada um evento festivo.
Ali perto onde acontecia a feira, passava o trem que vinha de Petrolândia-Pe,
parava em Delmiro Gouveia-Al e ia até Piranhas-Al.
Aos sábados a cidade se transformava e ganhava ares de festa,
porque além de ser um espaço para exposição e venda dos produtos,
a feira também funcionava como identidade cultural e de socialização da comunidade.
Ali havia uma variedade de alimentos frescos,
frutas, hortaliças, animais, que traziam uma boa oferta aos moradores locais e das proximidades.
Os preços em geral eram livres, valendo a lei da famosa pechincha.
Normalmente naquele local também havia bancas com alimentos
para suprir os próprios feirantes e a algum cliente que também quisesse provar.
A gente sentia principalmente o cheiro do café feito na hora,
do cuscuz fumaçando, do queijo de coalho assando e da carne guisada ou assada na brasa.
Também havia o pastelzinho frito com caldo de cana
e outras iguarias que enchiam a boca d'água de quem ali passava por perto.
Sempre havia algum vendedor que chamava a atenção oferecendo sua mercadoria,
falando em voz alta, afinal sempre vale uma boa oferta.
E aí entra o freguês nessa negociação com sua sabedoria,
apalpa as frutas, escolhe, separa e compra.
O pagamento era quase sempre feito à vista,
mas cliente antigo volta sempre e podia deixar fiado também!
Cada cidade tem sua estrutura de feira. Assim como o local, tamanho, etc.
Algumas funcionam em espaço aberto, outras em mercados ou espaço fechado.
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