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Poesias-->AMOR NARCÍSICO -- 30/11/2003 - 09:32 (Luiza Mohaupt) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
"...De seres desejantes - desejar é existir -

passamos a realizadore de desejos

(apêndices de alguém).

É ai que acaba a vida mal acabada,

é ai que morre o homem que não chegou a ser.;

a semente foi deitada na terra mas

não pode germinar. É ai que o homem vira

narciso..." (Mário Quilici).



Aquele que pensa no amar

Que almeja a vinda do outro em sua direção.;

Aquele que faz do ser uma vítima, a sua vítima.

Narcísico, tu és.

Narcísico, amor dissoluto.

Amor - Ódio parecem marcar o teu peito.

Tu procuraste amar a tua própria imagem,

O teu ser poderoso, intelecto, sedutor.;

O saber dos saberes.

Procuraste o amar-possuir e nunca o amor.

Procuraste, eternamente, aquele que daria a vida por ti.

E não encontraste em nunhum outro ser

A tua imagem semelhança.

Narcísico, pobre e tolo Ser,

Viveste do poder da sedução, da conquista e,

Quando aconteceu.; teu brinquedo findou.

E partiste em busca de outro.

Foste construindo conquistas solitárias,

Deixando corações vazios, amargurados, lesos...

Um coração partido pelo teu próprio ser,

Não percebeste quão o sofrer.

Este sofrer que te preenchia,

Só por saberes do outro sofrer.

Precisavas sentir que o mundo sofre por ti.

E não conseguiste, por fim, amar.

Tu, imagem imaculada, olhaste a ti mesmo nas águas cristalinas,

Na beira do rio Tépsias e ali ficaste e em flor te transformaste.

Narcísico, assim, tu morreste ao olhar a tua própria imagem,

Buscando em teu próprio olhar o amor que nunca tiveste.

E assim, amando-te, adorando-te venerando-te...

Esqueceste do outro.

Narciso - o apaixonado por si mesmo.

E nesta busca alucinada pelo amor.;

Nada encontraste.

Para ti só restou o vazio,

Um imenso abismo sem fundo.

E sem possibilidades de suportar sentir o prazer.

Tu viveste um morrer eterno... Um ser vazio.

Um ser pensante que buscou pensar em sentir amar.

Teu self (eu) que não pôde surgir,

Pois nunhum olhar te contemplou.

Como pôdes existir se nunca foste refletido?

Ninguém te viu.

Narciso! Como pôdes sobreviver sem amor, sem olhar...?

Assim criaste um mundo irreal

-um olhar espelhado de um eu ideal.

Uma imagem bela, fria e sem existência.

Em teu próprio ser existe um traidor - teu corpo.

Este, repleto de desejos, te induziu a buscar o afeto, desejos...

Desejos que foram derramados como uma cascata pelo teu corpo.

Desejos que nasceram de um corpo que

Lutou para libertar-se.

Que buscou no outro a satisfação do tocar, do olhar...

Mas como narcísico tu foste, não suportaste precisar do outro.

E tuas dores surgiram como um jogo - não pôdes suportar o amor.

Abandonaste toda a possibilidade da presença do outro,

Pois não suportaste tocar na ferida de ter sido abandonado.

Morreste na miséria emocional.

Pois não te encontraste em nenhum outro Ser.

Quando te inclinaste diante da fonte

Na busca de saciar a tua sede,

Ficaste preso pelo reflexo da tua própria imagem.

E procuraste nela, a mãe idealizada para te sentir amado.

Liríope, imagem idealizada de uma mãe ilusória.

Essa mãe - ideal do sujeito

-que existe dentro de ti,

E que procuraste, eternamente, na ânsia de viver.

Perdeste tua própria vida que nunca pôdes ter.

Narciso! Não existirá um outro "tu" e,

Assim viverás nesta eterna busca.

Amas e odeias o outro pela aquela primeira

Que tu amaste e odiaste e não te encontraste.







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