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Artigos-->Homenagem a Luís Vaz de Camões -- 16/05/2022 - 15:56 (Lita Moniz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

                                   Homenagem a Luís Vaz de Camões.

    Luís Vaz de Camões, poeta e dramaturgo do classicismo Português, nasceu em Lisboa em 1524, e morreu em 1580. Viveu ao longo de dois reinados, D. João III, quando jovem em Lisboa, e estudante de filosofia e Literatura na Universidade de Coimbra, onde seu tio, o Frade

D. Bento de Camões, era chanceler.

      Em 1547 Camões  embarca como soldado para a África onde acaba perdendo um olho.

 Volta para Portugal, em 1553  vai para  Goa na Índia, ali começou a escrever os Lusíadas.

      De volta a Portugal em  1572  publicou “ Os Lusíadas” dedicado ao rei Dom Sebastião que concedeu ao autor uma pensão durante três anos, porém a edição não lhe rendeu qualquer tipo de reconhecimento,   Morreu doente e pobre em dez de junho de 1580

        Sua obra literária é um marco entre a literatura arcaica e moderna.  Com  a definição da morfologia e da sintaxe,   surgem as  primeiras gramáticas, a obra de Camões cristaliza a normatização do português moderno, em “ Os Lusíadas “ a aplicação das regras gramaticais, a estrutura da  Língua Portuguesa tanto em termos de sintaxe quanto em morfologia  pouco diferem dos dias de hoje.

    A genialidade  de Camões vai além do dicionário e da gramática: “mudam-se os tempos mudam-se as vontades, mas não a língua que permanece como um traço de unidade entre os povos”.  Junto com a expansão territorial  expandia-se também a língua portuguesa , mesmo após a  independência de cada nação a língua permanece ali tal como Camões a definiu; “ um traço de unidade entre os povos”

         Na obra de Camões  destacam-se poemas épicos, líricos e dramáticos,

“Os Lusíadas” são uma epopéia, poemas épicos que cantam os feitos , as glórias do povo português,  “Heróis do Mar” dedicado ao Rei  Dom Sebastião.

          Para enaltecer os ideais  do Renascimento : um retorno  à antiguidade clássica, pagã e politeísta. Camões coloca homens e deuses aqui, talvez para fugir da inquisição e de outras perseguições  também , opta colocar deuses pagãos Greco- romanos, para formalizar a tessitura épica em “Os Lusíadas”  uma epopéia que entrelaça dois planos : o mitológico que começa com o Concílio dos Deuses: Júpiter,  pai dos deuses,  convoca os deuses do 0limpo  para decidirem  sobre o sucesso ou fracasso da viagem de Vasco da Gama às Índias. Júpiter em seu discurso se mostra favorável  às façanhas de homens comuns bravos , destemidos, corajosos e por isso dignos de  serem por deuses e semi-deuses ajudados para que se cumpra o destino dessa brava gente.

    Destaca -se aqui a posição de Baco que por ter ensinado os orientais a fazer vinho adquiriu ali grande fama e era por lá adorado e temia perder seu prestígio.

   A deusa Vênus por considerar aquele povo uma gente muito próxima do seu amado povo  Latino e até  pela forma clássica de se expressar:  derivada  e com muita semelhança com o latim.  Mercúrio o deus mensageiro  procura criar  situações que vão favorecendo a viagem de de  Basco da Gama até à chegada à tão almejada  Índia.

 

     Temos então dois planos que se entrelaçam:  os deuses  representam  a aspiração máxima da espécie humana que ocorre na volta da viagem,  na Ilha dos amores onde homens e semi-deusas confraternizam, celebram a vitória de Basco da Gama, juntos sem distinção.

O segundo plano tem característica histórica: é a história de um povo  que tem na sua essência o espírito de aventura, a vontade férrea de superar obstáculos, enfim um povo que encarna os ideais renascentistas.

Mas Camões  não foi só épico,  foi também lírico, a crítica literária defende os dois estilos literários como expressão máxima da literatura portuguesa .

Na Lírica camoniana  destaca-se a “ medida nova” versos decassílabos, geralmente sonetos,  ou ainda canções e odes. Seus mestres  Petrarca na Itália  e poetas latinos como  Horácio, Virgílio e outros

A temática o amor como um inimigo do homem, a causa de sofrimentos no corpo e na alma humana. Mesmo assim o poeta passa a idéia de que o amor para valer a pena  deve ser vivido,  experimentado,  mesmo   sendo um sentimento de significado contrário por natureza.

    

Amor é fogo que arde sem se ver;

É ferida que dói e não se sente;

É um contentamento descontente;

É dor que desatina sem doer;

 

É um não querer mais que bem querer;

É solitário andar por entre a gente;

É nunca contentar-se de contente;

É cuidar que se ganha em se perder;

 

É querer estar preso por vontade;

É servir a quem vence o vencedor;

É ter com quem nos mata lealdade;

 

Mas como  causar pode seu favor

Nos corações humanos amizade,

Se tão contrário a si é o mesmo amor?

 

Outro tema  abordado por Camões : O Desconcerto do mundo,  para o poeta o desconcerto do mundo consiste em  Premiar quem é mau, e castigar quem é bom . Exemplo

 

AO  Desconcerto do Mundo

 

Os bons  vi sempre passar

No mundo graves tormentos;

E  para mais me espantar,

Os maus  vi sempre nadar

Em mar de contentamentos.

 

Cuidando alcançar assim

O bem tão mal ordenado,

Fui mau, mas fui castigado.

Assim, que só para mim,

Anda o mundo  concertado.

 

 A lírica camoniana inclui também  versos mais antigos que seguem a estrutura da Idade Média;   dois tipos se destacam : Cantigas e Vilancetes, versos escritos em redondilha maior, sete  versos  e redondilha menor cinco versos. Ambos têm mote:  um conjunto de versos que dão a idéia a ser desenvolvida e a segunda parte  desenvolvimento do mote que vem a ser o poema propriamente dito.

O segundo tipo : farsas e trovas,  estas sem mote.

Luís Vaz de Camões a expressão máxima da Língua Portuguesa, modelo a ser seguido  nos meios catedráticos ; nos livros didáticos; ponto de apoio para professores de Língua Portuguesa, é sempre uma fonte segura para todos aqueles que por força da profissão  precisam dominar a norma culta  da Língua Portuguesa e mesmo escritores que virão depois do século XVI vão ali aprimorar suas técnicas literárias, um mestre por excelência .  A Língua

Portuguesa não é estática, segue a evolução própria da humanidade, é flexível adapta-se

Ao momento histórico, à posição geográfica de cada nação dos membros da CPLP ( Comunidades dos Países de Língua Portuguesa) mantendo sempre através dos tempos e em qualquer lugar  do Planeta Terra a sua estrutura única, intocável . Como um canivete Suiço com mil e uma utilidades sem perder a unidade.

                                                                                                         Lita Moniz

 

 

 

 

 

 

 

 

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