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Contos-->O Sol e a Lua -- 09/06/2003 - 09:59 (Wellington Macêdo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Desde a criação do universo, a qual remonta de tempos imemoráveis, o sol e a lua se mentiveram distantes um do outro sem a possibilidade de uma aproximação entre ambos que lhes permitisse um diálogo. Já se conheciam de vista sem que jamais houvessem trocado uma palavra sequer. Viviam na mais completa abstração, se bem que imbuídos de um imensurável desejo que lhes permitisse o tão almejado diálogo.
O sol revestido daquela imponência de astro rei a lhe conferir uma marcante auto-suficiência luminosa e, ainda, detentor das prerrogativas facultada pelo heliocentrismo, não escondia a sua vaidade traduzida por incontestável garbo.
Por sua vez, diferentemente daquele, a lua desprovida de luz própria e, dentro de suas limitações impostas pela modéstia, permanecia silente emoldurada por uma graciosidade de rara beleza, aliada àquele modo nostálgico que lhe é peculiar.
Portanto, sem que a ansiedade de um contato mais íntimo lhes impusesse quaisquer aflições, permaneciam esperançosos diante da remota possibilidade de um diálo franco que lhes permitisse tão arraigado desejo. Mercê do decorrer de anos e mais anos eis que, de súbito, a oportunidade se fizera presente. Fato inusitado e presenciado pelos demais componentes cósmicos como testemunhas irrefutáveis.
Assim, diante do inconcebível, coube-me, a mim, na qualidade de persistente observador das coisas da natureza, relatar parte desse diálogo sob palavra de honra quanto a sua veracidade.
Se tal ocorrência não tenha sido observada por mais alguém, deve-se-lhe, tão somente, ao fato de muitos não compreenderem a linguagem da natureza porque ela é simples demais. Daí, acreditar ser necessário abordarmos os enígmas de vida com humildade, de vez que a natureza se mostra relutante em revelar seus segredos às pessoas arrogantes.
Isto posto, o sol tomando a iniciativa começa a discorrer enaltecendo toda a sua importância no que respeita aos seus atributos.
De início, enaltece, de maneira enfática, todas as suas prerrogativas de astro rei. Ressalta sua grande luminosidade que se espraia por todos os confins do universo levando, não somente, luz como também calor à terra. Assegura, perenptoriamente, que sem sua luz e calor não haveria possibilidade de vidas animal e vegetal,uma vez que tais seres jamais poderiam subsistir sem a presença dos referidos fenômenos físicos. Luz e calor, portanto, fenômenos sem os quais nada persistiria incólume.
Por outro lado enfatiza que o calor por êle emanado seria capaz de calcinar todas as formas de vida existentes sobre a face da terra se , por outro lado, não existisse no universo a chamada camada de ozônio, sem a qual uma exagerada elevação da temperatura seria letal.
Muito embora, sem esconder sua apreensão quanto a poluição do ar, decorrente de um constante avanço tecnológico alcançado pelo homem, poluição esta capaz de determinar danos irreparáveis à sobrevivência dos seres vivos, tornando o ambiente cada vez mais inóspito.
Sequenciando, exulta, o sol, quanto a importância da sua luz sobre os vegetais cuja combinação química induz a síntese da matéria orgânica. Por fim, parcendo haver-se-lhe rompido o dique da loquacidade, destaca que a germinação das sementes somente se torna possível graças à ação do calor e da luz por ele emanados.
Diante de uma pausa que se fizera presente e, antes mesmo do sol continuar discorrendo sobre os seus atributos, a lua que a tudo ouvia sem interrompê-lo, inicia, de modo terno e delicado, a enaltecer seus atributos valendo-se, sobremaneira, de toda a delicadeza e elegância tão características das mulheres.
Eu da minha parte, diz a lua, mesmo não possuindo luz própria procuro sem maiores alardes refletir a luz do sol sobre a terra, no sentido de tornar a noite menos escura. Mesmo sem ignorar a importância do dia, ressalte-se de antemão a necessidade de sua alternância com noite pois que sem a constante interação dos opostos provavelmente o mundo deixaria de existir. Dia e noite, saúde e doença, vida e morte, por exemplo, são opostos que interagem de maneira harmônica para um perfeito equilíbrio da natureza. Tudo isso, sem levar em conta a inspiração que a minha beleza exerce sobre os poetas, dos quais sou cantada em versos e prosas. Ainda, tenho sido testemunha das mais belas declarações de amor que se tem conhecimento ao longo dos tempos, como resultado do fascínio que exerço. Dir-se-ia que sem a minha presença as noites seriam lúgubres e de acentuada melancolia.
Com uma invejável serenidade a luz diz que quem não pode realizar grandes coisas, deve lembrar-se de que pode mostrar-se grande nas pequenas coisas que realizar.
À medida que o inusitado diálogo prosseguia, densas nuvens iam se formando entre os interlocutores determinando a interrupção do diálogo.
Lamentavelmente, nada mais nos foi possível testemunhar, restando-nos, apenas, aguardar uma nova oportunidade para fazê-lo.
Por último, se maiores detalhes não se encontram inseridos nesta narrativa, pedimos vênia ao leitor prometendo que numa nova oportunidade e, já sem a interferência da nossa perplexidade, possamos fazê-lo com mais proficiência.
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